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Haitong corta preço-alvo e recomendação da REN

A regulação é o motivo: o Haitong passou a ter uma recomendação de "neutral", e não de "comprar", para as acções da REN, que vê agora a cotar nos 2,80 euros, e não nos 3,05 euros.

O Haitong avalia as acções da REN em 3,20 euros, o que implica um potencial de valorização 20%. A recomendação é de comprar.

A empresa que gere a rede energética em Portugal continua a transaccionar em bolsa a desconto face às suas congéneres, refere o Haitong, que destaca a avaliação “atractiva” da REN, que paga um “dividendo seguro”.

O banco de investimento assinala que o desconto da REN face às congéneres alargou-se em 2014 e permanece perto de máximos históricos ao nível do rácio EV/EBITDA. O Haitong  destaca que está prestes a chegar à maturidade uma obrigação com custos elevados, pelo que a descida dos custos financeiros deverá contribuir para um crescimento acima de 10% nos lucros em 2017. “Actualmente, o maior risco que vemos na REN é o alargamento da taxa extraordinária sobre os activos energéticos”, refere o “research”.
Miguel Baltazar
16 de Outubro de 2017 às 09:06
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A EDP não foi a única empresa a sofrer com os novos parâmetros regulatórios anunciados pela ERSE. A REN também sofreu. E, tal como ocorreu com a eléctrica, também a gestora da rede energética verificou um corte das estimativas do Haitong Bank.

 

"Cortamos o preço-alvo para 2,80 euros (face a 3,05 euros) e descemos a recomendação da REN de ‘comprar’ para ‘neutral’ depois da proposta pior do que o esperado para a regulação eléctrica para o período entre 2018 e 2020", aponta a nota de "research", datada desta segunda-feira, 16 de Outubro, a que o Negócios teve acesso. O corte do "target" é de 8%.

 

Segundo o documento, da autoria de Nelson Bernardino e Jorge Guimarães, o retorno sobre os activos (ROE) para 2018 é de 5,5%, o que fica 37 pontos base aquém do antecipado. Este indicador é um dos é relevante para as contas da empresa. Por isso, "as nossas novas estimativas, que também incluem uma quebra das ‘yields’ das obrigações portuguesas, implicam cortes de 4% do EBITDA [resultado antes de juros, impostos, apreciações e depreciações] e de 10% do resultado líquido ao longo do período regulatório", assinala a nota de "research".

 

A regulação não é o único tema que poderá causar tensão sobre as acções da companhia comandada por Rodrigo Costa: "esperamos que as acções reajam negativamente a este anúncio [da ERSE] e também relembramos o aumento de capital futuro que poderá trazer alguma pressão no curto prazo". A REN vai realizar um aumento de capital, que espera concluir até ao final do ano, para financiar parte da aquisição da EDP Gás, operação avaliada em 532,4 milhões de euros.

 

E ainda há mais: "O Orçamento do Estado para 2018 pode trazer mais incerteza fiscal". O documento ainda vai para discussão parlamentar, pelo que os seus efeitos não estão incluídos nas novas estimativas, mas eventuais agravamentos dos impostos sobre as empresas (ou sobre os seus lucros) poderão ser prejudiciais, alerta o Haitong.

 

Mesmo assim, e partilhando uma opinião que também tem em relação à EDP, o Haitong refere que as acções da REN não estão caras: primeiro, negoceiam a desconto face às suas pares europeias; depois, a distribuição de dividendos – aspectos que "devem continuar a dar algum suporte às acções". Esta segunda-feira, a REN perde 1,6% para 2,707 euros na Bolsa de Lisboa. 


Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.




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