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Haitong corta EDP de "comprar" para "neutral" após proposta da ERSE para as tarifas
Os novos parâmetros de regulação ditados pela ERSE já levaram a uma revisão em baixa do "preço-alvo" e da recomendação atribuídos pelo Haitong à EDP. A eléctrica resvala 4% esta segunda-feira.
3,10 euros: foi com esta cotação que a EDP encerrou a sessão na passada sexta-feira.
3,10 euros: é esta a cotação que o Haitong acredita ser o preço justo para a eléctrica presidida por António Mexia, menos 20 cêntimos do que o anterior preço-alvo.
A ausência de espaço para valorizar levou à mudança de recomendação que a casa de investimento tem para a empresa de energia. O Haitong deixou de aconselhar a compra de acções da EDP. Neste momento, a casa de investimento avança com uma recomendação "neutral" para os títulos, devido aos maiores custos com a regulação face às suas expectativas.
"A actualização regulatória em Portugal, tanto na distribuição como na geração, foi significativamente mais dura do que nós – e, provavelmente, o mercado – antecipávamos", explica a equipa de analistas liderada por Jorge Guimarães, numa nota datada desta segunda-feira, 16 de Outubro.
Na nota, os analistas da casa de investimento com capitais chineses reagem aos parâmetros regulatórios para 2018 e 2020 que foram divulgados na semana passada e aos quais a EDP reagiu este domingo. Os CMEC – custos para a manutenção do equilíbrio contratual –, que asseguram receitas à empresa, sentiram um aperto por parte do regulador (ERSE), gerando menos impacto positivo do que o esperado pelo Haitong. Além disso, as receitas garantidas deslizaram, dando menos a ganhar à eléctrica.
Com estas considerações, o Haitong cortou as estimativas de resultados operacionais (EBITDA) e de lucros para o período entre 2018 e 2020 "numa média de 3% e 7%, respectivamente". Espera-se um lucro de 1.334 milhões de euros em 2017, mas uma diminuição do resultado líquido nos dois anos seguintes.
"A EDP não é uma acção cara. Contudo, vemos poucos motores positivos no curto prazo para inverter o sentido mais negativo que se deve seguir a esta actualização regulatória", comentam os analistas. Um desses aspectos em que não há novidades é a entrada em operações de fusões e aquisições: e, aí, a recusa da China Three Gorges, que até reforçou recentemente a sua posição para 23,3% da EDP, a uma aproximação à espanhola Gas Natural "reduz" esse espaço.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.