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BPI: Proposta da ERSE para as tarifas corta 10% à avaliação da EDP

O BPI e o CaixaBI mantêm tanto as suas recomendações como os preços-alvo, mas alertam para os impactos negativos na acção da EDP, que já esteve a cair mais de 4%.

A EDP não deu novidades aos investidores sobre as investigações judiciais sobre suspeitas de corrupção nos contratos dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), segundo o CaixaBank BPI. Os responsáveis da eléctrica indicaram que a gestão não foi alvo de novas abordagens pelas autoridades em relação a essa matéria. Já em relação aos ajustamentos dos CMEC para os próximos dez anos, a empresa indicou que ainda não foram tomadas decisões, mas prevê que não sofram alterações muito significativas. Já em relação à EDP Renováveis, reiterou que a actual situação se deverá manter no médio prazo, depois de a EDP não ter conseguido mais de 90% da eólica na OPA. O preço-alvo é de 3,70 euros com análise 'neutral'.
16 de Outubro de 2017 às 10:01
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As casas de investimento BPI e Caixabi acreditam que as alterações apresentadas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vão ter um impacto negativo para a cotação da EDP.

"Esperamos que todas as mudanças regulatórias que afectem a EDP, incluindo as unidades de distribuição e liberalizadas, cortem 10% do nosso preço alvo para 2018 de 3,70 euros", escreve o BPI numa nota divulgada esta segunda-feira, 16 de  Outubro.

"Esperamos hoje uma reacção muito negativa [da acção] devido às mudanças regulatórias piores do que o esperado", apontam os analistas. A EDP está neste momento a afundar 3,44% para 3,00 euros na bolsa de Lisboa. E já esteve a cair perto de 5% nesta sessão de segunda-feira.

O BPI mantém a recomendação da EDP em "neutral" e deixa inalterado o preço-alvo em 3,70 euros. A casa de investimento diz que não espera que as "mudanças na regulação coloquem em risco a política de dividendos da empresa ou o plano de investimentos".

"Apesar do dividendo apelativo, o risco operacional mais baixo do que no sector, e um portefólio de produção competitivo, acreditamos que as mudanças regulatórias vão ter um impacto negativo de um ponto de vista do sentimento também", escreve o BPI.


Por seu turno, o CaixaBI também considera que as mudanças propostas pela ERSE vão impactar negativamente a cotada. Deixa inalterada a recomendação de "comprar", assim como o preço-alvo de 3,50 euros.

"Antecipamos uma reacção negativa da acção a esta proposta sobretudo devido à reversão dos valores incluídos no mecanismo de "clawback" e à diminuição dos proveitos da atividade de distribuição de eletricidade", escrevem os analistas da casa de investimento.

Também o Haitong anunciou esta segunda-feira que cortou a recomendação da EDP de "comprar" para "neutral" e reviu em baixa o preço-alvo para 3,10 euros.

Recorde-se que a ERSE propôs uma descida de 0,2% nas tarifas da electricidade no mercado regulado para 2018. Mas para atingir este corte o regulador propôs que os contratos CMEC da EDP venham a receber 154 milhões no próximos 10 anos, contra os 256 milhões apurados por um estudo da EDP e da REN.

Outra medida que contribuiu para a descida da tarifa foi a revogação de um despacho do Governo de Pedro Passos Coelho que permitiu à EDP e à Endesa repercutir os custos com a tarifa social e com a taxa da energia CESE nas facturas dos consumidores. Ao mesmo tempo que revogou o despacho, o Governo reverteu para as tarifas os valores decorrentes desta revogação.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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