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Goldman Sachs desce preço-alvo da EDP e antecipa subida dos dividendos já em 2021
Os analistas antecipam uma subida dos dividendos da EDP já no próximo ano e um possível reforço da posição na EDP Renováveis. A empresa de energias limpas vê o seu preço-alvo subir para 11,3 euros.
O banco de investimento Goldman Sachs desceu ligeiramente o preço-alvo para as ações da EDP, para refletir a diminuição das estimativas para a área das renováveis, que se deve essencialmente à desconsolidação do EBITDA decorrente da venda de ativos em 2019.
Numa nota de análise a que o Negócios teve acesso, o banco norte-americano corta de 4,50 para 4,40 euros o "target" da EDP, uma avaliação que tem implícito um potencial de valorização de 14,9% tendo em conta a cotação de fecho da última sessão (3,831 euros). A recomendação mantém-se em "comprar".
O Goldman Sachs antecipa uma forte melhoria da situação financeira da elétrica portuguesa, com o balanço a ficar mais forte do que antes da crise, o que permitirá à EDP aumentar o investimento, dar início a uma reestruturação do portefólio – com um potencial aumento da participação na EDP Renováveis - e aumentar os dividendos aos acionistas já em 2021.
Atualmente, os analistas antecipam que entre 2020 e 2024 a EDP vai pagar cerca de 1 euro de dividendos aos acionistas, ou 25% da sua atual capitalização de mercado.
O reforço do balanço será conseguido devido à venda de seis barragens à Engie por 2,2 mil milhões de euros, anunciada em dezembro, que possibilitará a redução da dívida e a queda da alavancagem. Apesar da desconsolidação "considerável" do EBITDA, decorrente desta alienação, o banco espera uma diluição "limitada" dos resultados da empresa liderada por António Mexia já que o produto da venda proporcionará grandes poupanças nos encargos financeiros.
EDP Renováveis com potencial de subida de 10%
No que respeita à EDP Renováveis, o Goldman Sachs acredita que a empresa, enquanto detentora de um dos maiores portefólios eólicos do mundo, deverá beneficiar do forte crescimento das renováveis nos próximos tempos, e do eventual aumento da posição da empresa-mãe.
"Para os acionistas da EDPR, acreditamos que qualquer reestruturação que levasse à exposição direta à EDP lhes proporcionaria exposição a ações mais líquidas e com um maior dividend yield", referem os analistas.
Refletindo um maior peso do fator "fusões e aquisições" no seu target, o Goldman Sachs sobe o preço-alvo para as ações da EDP Renováveis de 11 para 11,30 euros, o que confere aos títulos um potencial de subida de 10% face ao valor de fecho da última sessão (10,26 euros).
Nesta altura, a empresa liderada por Manso Neto desce 0,39% para 10,22 euros enquanto a EDP cai 0,21% para 3,823 euros.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.