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CaixaBI reduz recomendação da Corticeira Amorim após alta das acções  

A Corticeira Amorim, que está perto de máximos históricos, negoceia próxima do preço-alvo atribuído pelo CaixaBI, o que justifica a descida da recomendação das acções de "comprar" para "neutral".  

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23 de Fevereiro de 2017 às 11:09
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O CaixaBI reduziu a recomendação das acções da Corticeira Amorim, de "comprar" para "neutral", já que a subida de 15% das acções no último mês aproximou a cotação do preço-alvo definido pelo banco (10,00 euros).

 

As acções da líder mundial na produção de rolhas de cortiça estão a recuar 0,22% para 9,798 euros, sendo que ontem, em reacção à divulgação de resultados, atingiram o valor de fecho mais elevado de sempre (9,82 euros). Ao longo da última sessão chegaram a transaccionar nos 9,897 euros, um valor muito próximo do máximo histórico atingido a 19 de Outubro (9,899 euros).

 

O corte na recomendação é efectuado numa nota de "research" publicada esta quinta-feira, 23 de Fevereiro, onde o CaixaBI analisa com mais detalhe os resultados de 2016 e a "conference call" da empresa com analistas.    

 

O analista José Mota Freitas conclui que a Corticeira Amorim teve uma "grande performance" no ano passado, mas que já está reflectida da cotação da empresa.

 

A Corticeira Amorim revelou na quarta-feira que fechou o ano de 2016 com lucros de 102,7 milhões de euros, uma subida de 86,7% face ao ano anterior. Pela primeira vez na sua história, a produtora de cortiça superou a fasquia dos 100 milhões de euros, num ano em que o EBITDA ascendeu a 122,34 milhões de euros e que as vendas aumentaram 6,1% para 641,4 milhões de euros.

 

"A Corticeira Amorim teve um ano muito forte, conseguindo vendas e margens mais elevadas em todos os segmentos. Ao mesmo tempo, a empresa baixou o rácio da dívida líquida sobre o EBITDA para 0,3 vezes e baixou o ‘gearing’ [rácio que mede relação entre dívida e capital] para 8%, o que na nossa perspectiva representa números muito conservadores", refere o CaixaBI.

Um dos factores que menos agradou aos analistas diz respeito à remuneração aos accionistas, já que o dividendo que vai ser pago este ano, de 18 cêntimos por acção, ficou abaixo do previsto.

 

Segundo o CaixaBI, o CEO António Rios de Amorim lembrou na "conference call" que o valor proposto pressupõe uma melhoria face à remuneração regular do ano passado e que a Corticeira tem pago dividendos extraordinários no final do ano nos últimos quatro exercícios. Adiantou também que a Corticeira Amorim prefere "adoptar uma estratégia conservadora e preservar um balanço forte, para se defender da turbulência mundial".

 

O dividendo de 18 cêntimos que vai ser pago este ano, representa um aumento face ao dividendo regular de 16 cêntimos pago no ano passado, mas se for tido em conta a remuneração total, a distribuição aos accionistas é inferior. A empresa pagou em Dezembro um dividendo especial de 8 cêntimos por acção, pelo que com o pagamento dos 18 cêntimos agora anunciados, perfaz uma remuneração total de 26 cêntimos em relação ao exercício de 2016. Em relação ao exercício de 2015 o dividendo superou os 40 cêntimos.

 

Desta forma, o CEO da Corticeira Amorim afasta o cenário de alavancagem da empresa, apesar dos indicadores de endividamento reduzidos.

 

Apesar disso, tal como constatou no passado, a Corticeira Amorim está a estudar oportunidades de aquisições ou parcerias. Na "conference call" com analistas, António Rios de Amorim reiterou esta perspectiva, mas alertou que o processo pode demorar muito tempo".

 
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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