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BPI vê Jerónimo Martins com segundo trimestre “reconfortante”

Os lucros da dona do Pingo Doce no primeiro semestre deverão crescer 5% comparando com o mesmo período do ano passado, estimam os analistas do BPI. Apesar dos impactos negativos no segundo trimestre, o desempenho nas vendas permite o entusiasmo para o próximo período.

A Jerónimo Martins reconheceu que a expansão de superfícies comerciais no formato de proximidade na Colômbia a levou a acelerar o investimento em infra-estruturas e que a economia desse país tem evoluído abaixo das expectativas. Já em relação às margens, prevê uma estabilização na Polónia. Para Portugal, a perspectiva é semelhante com a melhoria logística a compensar o ambiente de forte concorrência. Os analistas do CaixaBank BPI consideram que a mensagem passada pela Jerónimo Martins é neutral, mas salientam que o ambiente concorrencial na Colômbia continue a impedir que este mercado se traduza num factor positivo para as acções.
04 de Julho de 2018 às 12:02
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A Jerónimo Martins deverá apresentar lucros de 182 milhões de euros para o primeiro semestre, 5% acima dos 173 milhões de euros com os quais fechou o mesmo período do ano passado, de acordo com a análise do BPI.

O segundo trimestre da retalhista deverá ser afectado por efeitos de calendário e alterações na actividade na Polónia, mas os analistas vêem boas perspectivas para a empresa. "Esperamos um sólido desempenho nas vendas, o que dá uma referência reconfortante para a evolução no terceiro trimestre", escrevem na nota de análise. "Mantemos uma posição positiva", assume o banco de investimento, que recomenda comprar e considera os títulos uma "oportunidade atractiva".

No global dos mercados onde se insere, a Jerónimo Martins deverá aumentar as receitas com as vendas em 9%. "A volatilidade esperada nas vendas da Polónia", o principal mercado da retalhista, e a desvalorização da moeda neste país de leste, "têm proporcionado algum sentimento negativo", reconhecem os analistas, ao mesmo tempo que acreditam que a empresa "vai conseguir superar os efeitos negativos".

Na Polónia, apontam para que as vendas cresçam também 9% para os 5,7 mil milhões de euros. As margens deverão manter-se inalteradas apesar do abrandamento das vendas comparáveis, a menor inflação e o aumento nas promoções. "Contamos que a intensidade das promoções tenha sido suportada pelos fornecedores", justificam.

A Colômbia volta a dar um grande salto, ao somar 42% nas vendas face ao ano anterior, fixando-as nos 382 milhões. Os analistas chamam ainda a atenção para a evolução das perdas no EBITDA, que apresentam a primeira redução desde que a empresa liderada por Soares dos Santos iniciou operações na Colômbia. "Esperamos que esta tendência tenha continuidade no segundo semestre e que seja uma alavanca em 2019, quando estas perdas deverão descer substancialmente".

Em Portugal, o segundo maior mercado para a Jerónimo Martins, as vendas deverão aumentar em medidas semelhantes nas duas cadeias, Pingo Doce e Recheio. Sobem 4% para 1,8 mil milhões e 3% para os 455 milhões de euros, respectivamente. Apesar do aumento das vendas, os lucros nestas unidades diminuíram no segundo trimestre, sobretudo dados os aumentos nos salários que se fazem notar desde Outubro de 2017.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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