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BPI corta preço-alvo da Corticeira Amorim para 13 euros
Os analistas justificam a medida com os desafios enfrentados pela empresa, como a subida dos custos da matéria-prima, e com os resultados apresentados no trimestre.
O BPI decidiu cortar o preço-alvo para as acções da Corticeira Amorim, justificando a medida com os resultados trimestrais apresentados na quarta-feira, e com os desafios enfrentados pela empresa, nomeadamente a subida dos custos da matéria-prima e a desvalorização do dólar face ao euro.
Numa nota de análise divulgada esta quinta-feira, 3 de Agosto, os analistas revêm em baixa o ‘target’ de 13,90 para 13 euros, o que, ainda assim, traduz um potencial de subida de 14% face à cotação actual (11,395 euros). A recomendação mantém-se em "neutral".
O BPI recorda que a empresa liderada por António Rios de Amorim registou uma queda do EBITDA de 3% no segundo trimestre, o que acontece pela primeira vez desde os últimos três meses de 2013.
Para os especialistas, a unidade de rolhas – a mais importante para a empresa – continua a ter um bom desempenho apesar do aumento dos custos da matéria-prima. No entanto, essa evolução positiva foi mais do que anulada pelo crescimento dos custos fixos na unidade de isolamentos e um pior mix de vendas na unidade de aglomerados compósitos.
"As perspectivas são desafiantes na medida em que as matérias-primas deverão subir em 2018-2019 e em que o dólar tem estado a perder terreno face ao euro", destacam os analistas.
Para o BPI, a Bourassé deverá ser, porém, um factor impulsionador do crescimento dado o seu tamanho e o potencial de sinergias. Recorde-se que a Corticeira Amorim anunciou, em meados do mês passado, a aquisição de uma participação de 60% nesta empresa francesa.
As estimativas para o crescimento da margem EBITDA foram revistas em baixo para 19,7% este ano e para 22,5% em 2020. As projecções para o lucro por acção foram cortadas em 7% para o período entre 2017 e 2020.
A Corticeira Amorim anunciou na quarta-feira que os seus lucros caíram 3,2% no segundo trimestre, para 20,5 milhões de euros, um valor abaixo do esperado pelo BPI, que apontava para 26 milhões.
As acções da empresa estão a cair 1,51% para 11,395 euros, depois de já ontem terem desvalorizado 2,49%.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.