Notícia
BESI e Citigroup cortam preço-alvo da Jerónimo Martins para 17 euros (act)
Depois dos resultados desapontantes neste trimestre da unidade polaca do grupo Jerónimo Martins, a Biedronka, os analistas do BESI baixaram as previsões de resultados para os próximos três anos, em cerca de 7%, e reviram em baixa o preço-alvo de 18,7 euros para 17 euros, mantendo a recomendação de “comprar”.
Os analistas têm consciência que o fraco desempenho do trimestre reduziu a visibilidade do potencial de crescimento da Biedronka, mas ainda assim acreditam que a unidade está a ganhar o seu espaço na Polónia, devido à sua escala superior, densidade de vendas, e lucros, que deverão assegurar taxas de crescimento respeitáveis num ambiente macroeconómico menos áspero.
Apesar dos analistas do BESI terem diminuído as previsões de crescimento LfL (like for like) de 7,2% para 5,7%, ainda assim esperam que a Jerónimo Martins atinja os objectivos para este ano, o que levou à decisão de manter a recomendação de “comprar”, já depois de neste segundo trimestre a unidade polaca ter registado um crecimento LfL de apenas 2%, muito abaixo do consenso de 5,5% e do crescimento obtido no primeiro trimestre de 8,8%.
As vendas do mercado do retalho alimentar em Portugal têm estado sob uma tendência ascendente desde o início do ano, com o crescimento face ao período homólogo a aumentar de -2,5% no último trimestre de 2013 para 0,1% no primeiro trimestre de 2013, e 1,7% neste trimestre. No caso do Pingo Doce, os analistas do BESI aumentaram a estimativa e a valorização face aos resultados acima do esperado, que estão a ser ofuscados pelo aumento dos custos e as fracas expectativas quanto ao Recheio, que enfrenta uma contracção.
Ainda assim, os analistas acreditam que a Jerónimo Martins continua a negociar com desconto em relação aos seus pares, cerca de 6% abaixo. Apesar dos cortes de 7% nas previsões de resultados, o crescimento para os próximos dois anos é de 16%, em linha com os seus pares. Excluindo as perdas do Ara e do Hebe, o desconto para 2014 poderá chegar aos 15%.
O BESI decidiu também manter a recomendação de “comprar”, mas reviu em baixa o preço-alvo das acções da Jerónimo Martins para 17 euros, o que confere às acções da empresa um potencial de valorização de 18,13% face ao valor actual de 14,39 euros.
BPI reforça bons activos e valor justo da Jerónimo Martins
Os analistas do BPI e do Citi consideram a volatilidade do LfL algo negativo para a Jerónimo Martins. Os efeitos do calendário, o tempo, e as comparações com o trimestre anterior foram as razões pelas quais os resultados do segundo trimestre foram considerados negativos. A concorrência parece também estar a ser mais agressiva na Polónia.
A Jerónimo Martins teve um par de anos com estimativas em baixo das vendas, mas, relativamente aos seus pares, a sua prestação é muito acima da média, para os analistas do Citi.
O valor de fecho das acções na última sessão (14,85 euros) é, para os analistas, um bom preço para comprar. Os títulos da retalhista estão 22% abaixo do seu pico, um reflexo das quedas registadas nos últimos dias.
O BPI decidiu também manter a recomendação de “comprar” e o preço-alvo das acções da Jerónimo Martins para 19 euros, o que confere às acções da empresa um potencial de valorização de 32,03% face ao valor actual de 14,39 euros.
Face a estes resultados, os analistas do Citi mantiveram a recomendação de “comprar” mas reviram em baixa o preço-alvo da retalhista de 20 euros para 17, o que lhe confere uma potencial valorização de 18,13% face à cotação actual de 14,39 euros.
(notícia actualizada com research do Citigroup)
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.