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Barclays estima subida de lucros da Galp no terceiro trimestre

A operação no Brasil é vista como um dos pilares do crescimento da empresa nos resultados. Mas a "elevada exposição" a este mercado também pode ser prejudicial para a petrolífera, refere o Barclays.

Miguel Baltazar/Notícias
07 de Outubro de 2014 às 13:28
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A Galp é uma das empresas com melhores perspectivas de resultados para o terceiro trimestre do ano, segundo o Barclays. O banco britânico prevê uma melhoria dos lucros em 58% para 66 milhões de euros entre Julho e Setembro de 2014. Um desempenho apenas comparável à Shell, de acordo com a nota de "research" desta terça-feira, 7 de Outubro, à qual o Negócios teve acesso.

 

"A melhoria dos resultados deve-se ao aumento da produção no Brasil, a uma recuperação, no curto prazo, das margens de refinação em Portugal, bem como a uma menor taxa de imposto, o que compensa a menor procura de gás natural na Ásia", refere a nota, assinada pela equipa de analistas do Barclays.

 

O "desenvolvimento das operações" no Brasil é mesmo visto como "a chave" para a evolução da petrolífera nos próximos cinco anos. Neste ponto, o Barclays exemplifica que a "rentabilização dos activos continua em curso com os navios petroleiros Cidade de Paraty no campo de Lula já em capacidade máxima". Um maior crescimento deverá surgir com a "construção de mais navios petroleiros, que deverão estar operacionais até 2020", acrescenta.

 

A "elevada exposição ao mercado brasileiro no sector de exploração e produção", no entanto, também é considerado um risco pela equipa de analistas. "A Galp enfrenta riscos adicionais pelas mudanças nos impostos no Brasil", justifica.

 

Para os resultados da totalidade de 2014, o Barclays estima uma descida dos lucros da petrolífera em 6,5% para 290 milhões de euros. Por outro lado, no mesmo período, os resultados operacionais deverão melhorar 3,9% para 613 milhões de euros.

 

O Barclays mantém em 18 euros o "preço-alvo" para as acções da Galp, um potencial de valorização de 46,9% sobre a cotação actual (12,255 euros). A recomendação sobre os títulos é de "overweight", isto é, os investidores devem ter uma exposição sobre estes títulos acima da média na carteira de acções. 

 

Europa: disciplina vence volatilidade do crude

 

Sobre o sector petrolífero na Europa, o Barclays destaca o papel da "disciplina de custos" como factor importante para contrariar a queda de 19% do Brent, indicador de referência para as importações no continente.

 

"O aumento do foco na disciplina de capital, a melhoria dos fluxos de caixa operacionais e a valorização atractiva [do sector] sobre o mercado deverão, na nossa perspectiva, continuar a justificar o desempenho das acções na bolsa", refere a nota do banco, designada como "Making Progress".

 

Embora estes progressos para algumas empresas do sector "possam ser ofuscados pela desvalorização do crude", completa o documento.

 

Os resultados da Galp são conhecidos a 27 de Outubro, antes do início de sessão.

 

Os títulos da Galp desvalorizam 0,20% para 12,255 euros. 

 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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