Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Iberdrola voltou a reduzir a sua participação no capital da EDP, com a venda de um bloco de quase 45,9 milhões de acções da eléctrica portuguesa, que deixou o grupo espanhol com apenas 1,58% do capital da empresa portuguesa.

Esta venda, realizada, fora de mercado, dá continuação à estratégia de saída faseada da empresa espanhola do capital da EDP, onde chegou a ser, durante vários anos, o maior accionista privado.

Felipe Echevarria, analista do BESI, vê esta operação como “positiva para a EDP pois reduz as preocupações de excesso de acções no mercado relacionadas com a posição da Iberdrola”. O banco recomenda “comprar” as acções da EDP, às quais atribui uma avaliação de 3,35 euros.

Já o BPI também destaca que “para a EDP, a rápida execução da venda da Iberdrola é um bom sinal (falta apenas uma posição de 1,6% pelos bancos) e eliminou o risco bastante considerável de excesso de acções no mercado (“overhang”) sem comprometer o desempenho das acções, ao mesmo tempo que aumenta o ‘free float’ do título para cerca de 50%”. Contudo, considera que esta alienação tem um impacto “neutral” para a empresa liderada por António Mexia.

O BPI sublinha ainda que não se pode descartar que outros accionistas tenham interesse em vender as suas posições, mas o acordo da Iberdrola parece demonstrar “que há apetite no mercado”. O banco atribui uma recomendação de “neutral” à eléctrica e um preço-alvo de 3,05 euros.

As acções da EDP seguem a desvalorizar 1,07% para os 3,344 euros. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.