Os analistas do Haitong Reserach consideram que os dados preliminares de vendas da Sonae, apresentados pela empresa esta quarta-feira são "melhores do que o esperado", em particular no que diz respeito ao decréscimo de 0,2% das vendas "like-for-like" do retalho alimentar (MC) no quarto trimestre de 2015, quando os analistas esperavam uma quebra de 1,2%.

"O próximo gatilho deverá ser a 'conference call' de resultados do quarto trimestre (17 de Março), onde esperamos que a administração da Sonae tranquilize os investidores sobre as perspectivas para 2016, tanto para o retalho alimentar (vendas "like-for-like" positivas e margens estáveis) como para o retalho especializado (redução das perdas em Espanha)", referem os analistas na nota de research divulgada esta quinta-feira, 21 de Janeiro.

Em termos homólogos, as vendas do retalho alimentar cresceram 1,8% no quarto trimestre, 0,4 pontos percentuais acima das estimativas do Haitong. Pelo contrário, as vendas do retalho especializado (SR) em Portugal "ficaram abaixo do esperado" apesar do forte desempenho da Worten.

O Haitong manteve a recomendação de "comprar" para as acções da Sonae e um preço-alvo de 1,45 euros.

O CaixaBI, por seu turno, destaca o crescimento de 5,1% das vendas internacionais da Sonae SR, "que permite perceber que as mudanças implementadas em Espanha estão a começar a dar frutos".

"As vendas de 2015 da Sonae surgiram dentro do esperado. A evolução da Sonae MC ao longo de 2015 foi particularmente marcada por valores negativos de vendas 'like-for-like', o que contrariou o efeito da expansão da área de vendas ocorrida", referem os analistas do CaixaBI, numa nota de 'research'. "Os números do último trimestre não conseguiram surpreender mas reforçaram a nossa convicção que a agressividade comercial se vai manter como um ponto-chave durante 2016".

Assim, o banco de investimento espera que as margens se tenham mantido pressionadas no último trimestre, e que assim continuem durante este ano. O CaixaBI mantém a recomendação de compra para as acções e o preço-alvo de 1,55 euros.

Já o BPI, que considera que a evolução das vendas da Sonae "ficou acima das expectativas", acredita que o preço das acções da empresa tem sido penalizado pela sua ligação a Portugal. O banco reitera a recomendação de compra e o preço-alvo de 1,60 euros, o que atribui às acções da Sonae um potencial de valorização de 82,6% face à cotação actual (0,968 euros).

 
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.