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Analistas: Compra da TVI forçará a Nos a reagir?

Os analistas estão divididos em relação ao potencial impacto da compra da Media Capital por parte da Altice. Há quem defenda que a Nos será forçada a reagir. Há quem acredite que não. E há algo que une os analistas: a compra de activos de media não criará valor às operadoras.

Miguel Baltazar/Negócios
26 de Junho de 2017 às 11:06
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Depois de meses de notícias, rumores, desmentidos e pedidos de esclarecimento, surgiu este domingo a primeira confirmação oficial de que a Altice está interessada em comprar a Media Capital, tendo para o efeito iniciado já "interlocuções exploratórias" com a Prisa.

"Se se confirmar a compra, provavelmente vai ser disruptiva para o mercado, já que a Altice deverá tentar constituir vantagens concorrenciais nos conteúdos e vai forçar outros a reagir. Consequentemente, acreditamos que neste cenário a Nos será forçada a reforçar os seus investimentos nos conteúdos e não excluímos a possibilidade de a Impresa ser um alvo", dizem os analistas do BPI numa nota a que o Negócios  teve acesso.

 

"Tal como no caso dos conteúdos de futebol não consideramos que a compra de uma operadora de televisão crie valor para o sector. Além disso, estamos cépticos sobre a estratégia de valor destes activos para as operadoras de telecomunicações", acrescenta a mesma fonte.

 

O BPI realça que esta especulação em torno das empresas de media serão a base de suporte do preço das acções das empresas de media, em especial da Impresa, mas "deve pressionar o preço das operadoras de telecomunicações", com destaque para a Nos.

 

Já o Haitong realça que esta notícia "não significa que as discussões terminem numa oferta formal". Além disso os analistas acreditam que este negócio "será sujeito a medidas de regulação severas, algumas das quais retirarão a maioria da lógica estratégica do negócio". Em causa está o facto de a Altice não poder transmitir em exclusivo a TVI para os assinantes da Meo, tendo de partilhar com os outros operadores. Todos os outros activos, "nomeadamente a unidade de produção de conteúdos Plural, os activos de rádio ou outros canais temáticos para as plataformas pagas de televisão, não são, na nossa perspectiva, revelantes para uma decisão dos consumidores."

 

Neste contexto, o Haitong diz "falhar em perceber a lógica" de se considerar este negócio que "poderá resultar apenas na instabilidade no que respeita ao acesso aos conteúdos" de uma "forma desnecessária".

 

Quanto à Nos, a operadora "deve estar protegida do facto de a Altice/PT Portugal não ser capaz de fechar o seu acesso à TVI, o único activo relevante em questão", salienta o Haitong.

 

O banco de investimento salienta que a "Nos pode sempre replicar" este modelo "através de outros operadores de media locais, nomeadamente através de acordos com produção de conteúdos sem a necessidade de comprar qualquer activo", algo que a Haitong acredita não ser a intenção da Nos.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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