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Acordo com central de compras espanholas pode melhorar margens da Sonae
As acções da Sonae SGPS estão praticamente inalteradas depois de anunciado um entendimento com o grupo IFA que os analistas elogiam.
"Este acordo é positivo para a Sonae no sentido em que irá gerar uma maior eficiência nas compras, a qual, no final, tenderá a reflectir-se nas suas margens", assinala José Mota Freitas, analista do CaixaBI, no comentário diário desta quarta-feira, 28 de Outubro.
As acções da Sonae SGPS estão a ganhar muito ligeiramente 0,09% para 1,10 euros depois de terem recuado mais de 1,5%, um dia depois de a empresa co-liderada por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério ter anunciado o acordo de filiação com o grupo IFA com vista à "potenciação conjunta de oportunidades relevantes de negociação, compra e desenvolvimento na área comercial".
Apesar de esperar uma consequência nas margens, o CaixaBI não consegue antecipar o impacto operacional do acordo com que a Sonae "está certamente a tentar obter proveitos decorrentes da compra centralizada de larga escala".
O BPI Equity Research também acredita que as margens operacionais poderão sair beneficiadas com este entendimento. "Isto deverá colocar a Sonae numa posição de liderança em termos de condições de compra e compensar o bom momento de vendas da Jerónimo Martins em Portugal. Esperamos que este novo entendimento dê um suporte material às margens", segundo a equipa de "research" comandada por José Rito.
Esta quarta-feira, a Sonae anunciou o lançamento do cartão Universo, em que une a fidelização a funções de débito e crédito, em parceria com o BPN Paribas. Segundo o BPI Equity Research, poderá haver um impacto positivo no preço médio e também há espaço para uma melhoria da margem com o cartão. O Haitong considera difícil fazer já estimativas de impacto.
O Haitong Bank é o menos optimista com o acordo que entra em vigor a 1 de Janeiro de 2016. "Não esperamos grandes impactos na margem bruta nos próximos trimestres". O entendimento entre a dona do Continente e o grupo IFA é "neutral" –" o impacto global do acordo deve ser limitado". Para o analista Filipe Rosa, é necessário algum tempo até que a Sonae consiga aproveitar os ganhos deste acordo.
Com sede em Madrid, o grupo conta com mais de 30 associados em Espanha, com mais de 6.000 postos de venda.
"Neutral" para a JM
O BPI Equity Research acredita que o entendimento entre a Sonae e o grupo espanhol é "negativo" para o grupo DIA, detentor dos supermercados Minipreço, dado que a inclusão do grupo português adequa-se aos outros membros da IFA, "já que a Sonae não vai competir no mercado espanhol e deverá permitir aos pequenos retalhistas aproveitar a sua escala". As acções do Dia estão a recuar 2,33% para 5,651 euros na Bolsa de Madrid.
Já a opinião em relação à Jerónimo Martins é a de que o impacto é "neutral", porque a casa de investimento do BPI não acredita que a concorrente Sonae passe a ser mais agressiva na definição de preços. Assim, a empresa dirigida por Pedro Soares dos Santos não deverá mudar "drasticamente" a sua proposta no país. As acções da empresa dona do Pingo Doce estão a subir 0,44% para 12,56 euros numa altura em que o índice de referência PSI-20 avança 0,42%.
Nota: A notícia não dispensa a consulta das notas de "research" emitidas pelas casas de investimento, que poderão ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.