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Jerónimo Martins corta dividendos em 40% devido à pandemia
A Jerónimo Martins vai pagar 20,7 cêntimos por ação, em vez dos 34,5 cêntimos propostos anteriormente.
O Conselho de Administração da Jerónimo Martins decidiu rever a proposta de distribuição de dividendos devido ao "actual contexto mundial e a elevada incerteza prevalecente" com a pandemia da covid-19.
No comunicado com a apresentação de resultados, a dona do Pingo Doce revela que decidiu "rever a proposta de distribuição de dividendos inicialmente apresentada, reduzindo excecionalmente o payout a 30% dos resultados consolidados."
Assim, em vez da proposta de 216,8 milhões de euros anunciada anteriormente, a Jerónimo Martins "decidiu propor na Assembleia Geral, a realizar a 25 de Junho, a distribuição, para já, de dividendos no montante de 130,1 milhões de euros".
A Jerónimo Martins vai assim pagar 20,7 cêntimos por ação, em vez dos 34,5 cêntimos propostos anteriormente, o que traduz uma redução de 40% num total de 86 milhões de euros.
Apesar da "resiliência e capacidade de resposta demonstradas pelas insígnias" da Jerónimo Martins, a empresa decidiu aplicar este corte nos dividendos devido ao "contexto adverso e marcado por elevada incerteza e dinamismo".
A Jerónimo Martins cita também a "insuficiência da informação atualmente disponível para identificar e avaliar de forma rigorosa todos os fatores com impacto potencial na atividade no futuro próximo".
"Em linha com a gestão assumidamente conservadora do balanço que tem sido seguida desde há longa data, entende o Conselho de Administração que este momento, aconselha ao reforço da prudência, até para não comprometer a capacidade de concretizar eventuais oportunidades que surjam", acrescenta a empresa, que habitualmente distribuiu pelos acionistas 50% dos lucros do exercício.
Apesar do corte, o Conselho de Administração da Jerónimo Martins "não exclui a possibilidade de vir a propor, com base nas reservas livres da sociedade, a distribuição, até ao final do ano, do valor da diferença para o payout de 50% inicialmente previsto, se a evolução da situação epidemiológica e os seus impactos o permitirem".
Ao novo dividendo de 20,7 cêntimos corresponde uma rendibilidade de 1,3%. As ações fecharam hoje nos 15,705 euros.