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JM afunda mais de 13% após corte de dividendo. É a maior queda em 6 anos

A Jerónimo Martins caiu mais de 13%, na ressaca da apresentação de resultados de ontem. O lucro da retalhista caiu 44% e a empresa anunciou um corte de 40% no dividendo a distribuir pelos acionistas, devido à pandemia.

Lusa
14 de Maio de 2020 às 09:48
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As ações da retalhista Jerónimo Martins, dona do Pingo Doce, caíram 13,28% para os 13,62 euros por ação, na sessão desta quinta-feira, 14 de maio, o que representa a maior queda intradiária desde julho de 2014.

Isto depois de ontem a cotada liderada por Soares dos Santos ter anunciado um corte de 40% no dividendo a pagar aos acionistas, relativo ao exercício do ano passado. Assim, em vez da proposta de 216,8 milhões de euros anunciada anteriormente, a Jerónimo Martins "decidiu propor na Assembleia Geral, a realizar a 25 de Junho, a distribuição, para já, de dividendos no montante de 130,1 milhões de euros", pode ler-se no comunicado divulgado ontem.

Quer isto dizer que a dona do Pingo Doce vai pagar 20,7 cêntimos por ação, em vez dos 34,5 cêntimos propostos anteriormente, o que traduz uma redução de 40% num total de 86 milhões de euros.

A Jerónimo Martins, que hoje lidera os piores desempenhos em bolsa no setor do retalho na Europa, anunciou ontem, já depois do fecho da sessão, uma queda homóloga de 44% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano para os 35 milhões de euros. A empresa admitiu um arranque de ano prejudicado pela pandemia de covid-19, sobretudo no mês de março.

Os analista do CaixaBank BPI, numa nota divulgada ontem após os números terem sido divulgados, disseram que os "resultados da Jerónimo Martins foram abaixo das suas expectativas, com a covid-19 a ter um impacto mais negativo" do que o esperado. Para o mês de abril, o banco de investimento prevê uma subida de 6,5% nas vendas na unidade polaca da Biedronka, uma queda de 16,3% no Pingo Doce e uma subida de 16,5% na Ara, na Colômbia, refletindo as medidas de desconfinamento levadas a cabo pelos governos. 

O Goldman Sachs divulgou uma nota em que a empresa portuguesa tem tido uma prestação abaixo dos pares europeus desde o pico de fevereiro (-6% da JM contra +2% do setor na Europa). Agora com a queda do EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o corte no dividendo e os receios podem causar uma queda maior daqui em diante, alerta o banco norte-americano. 

Entretanto, a queda da empresa portuguesa perdeu força, mas ainda assim a retalhista segue a desvalorizar 12,64% para os 13,72 euros, o que significa um mínimo desde 16 de março deste ano. Hoje, também o índice PSI-20 segue em mínimos de mais de um mês.

Até ao momento, verifica-se uma liquidez superior ao normal uma vez que apenas com uma hora e meia de negociação, foram transacionadas mais de 1 milhão de ações, que compara com a média dos últimos seis meses fixada nas 1,1 milhões de ações em toda a sessão. 

Hoje, quatro casas de investimento pronunciaram-se sobre a perspetiva para a Jerónimo Martins, mas apenas o Barclays decidiu cortar o preço-alvo de 14 euros por ação para 13,70 euros por ação. As restantes (JB Capital Markets, JPMorgan e Erste Group) mantiveram recomendação e preço-alvo inalterados.

A retalhista portuguesa, com operações noutras regiões como a Polónia ou a Colômbia, tem 14 notas de bancos de investimento a recomendar "Comprar" as suas ações, 12 a aconselhar "Manter" e três que consideram que a melhor opção é "Vender". O preço-alvo médio de todas as avaliações é de 16,66 euros por ação, o que representa um retorno potencial de 20,10% face ao fecho de ontem. 



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