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CaixaBank BPI: Navigator e REN entre as cotadas ibéricas com dividendos mais resilientes

As duas cotadas portuguesas encabeçam a lista das empresas da Península Ibérica com dividendos mais resilientes a fatores externos, segundo os analistas do CaixaBank BPI. As distribuidoras de energia são as preferidas.

João Miguel Rodrigues
10 de Março de 2020 às 15:28
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A papeleira Navigator e a REN - Redes Energéticas Nacionais estão entre as cotadas com uma política de dividendo mais resistente aos fatores externos na Península Ibérica, como a atual epidemia provocada pelo vírus Covid-19, segundo uma nota do CaixaBank BPI, divulgada nesta terça-feira, dia 10 de março. 

Os analistas do banco de investimento sublinham que as empresas do setor da distribuição energética, como é o caso da portuguesa REN, que apresenta um "dividend yield" de 6,8%. Dentro deste setor, o CaixaBank BPI destaca também as espanholas Enagas e REE, com uma rendibilidade do dividendo de 7,8% e 6,8%, respetivamente. 

A exceção vai para a Navigator, do setor da pasta e do papel, vista como um "player" líder na indústria do papel, sendo mesmo "o nome mais surpreendente da lista", de acordo com os analistas. "A sua baixa alavancagem e forte resiliência histórica do seu modelo de negócio (e dividendo), juntamente com uma forte carteira de clientes, leva-nos a acreditar que o dividendo ordinário anunciado deve ser relativamente defensivo", pode ler-se na nota divulgada. 

A Navigator deverá reduzir o valor dos dividendos que paga aos acionistas nos próximos anos, depois de divulgar uma descida nos lucros referentes a 2019, disse Fernando Araújo, administrador da companhia, na conference call com analistas depois da apresentação dos resultados. A empresa anunciou um resultado líquido de 168,3 milhões de euros em 2019, o que corresponde a uma queda homóloga de 25,2%.

 

No ano passado a Navigator remunerou os acionistas com 200 milhões de euros, através de um dividendo regular de 0,27943 euros por ação, referente ao exercício de 2018, mas essa referência de 200 milhões de euros "não é objetivo nos próximos anos (...) tendo em consideração o lucro deste ano", disse o administrador.

Na sua análise, os analistas do CaixaBank BPI destacaram "as empresas devido ao risco de balanço, dividendos (acionistas chave) e a resiliência histórica dos dividendos". 

Numa lista divulgada pelos analistas, as empresas com um melhor "dividend yield" na Península Ibérica são a Repsol (12,2%), a AtresMedia (11,1%) e o Bankia (9,5%). A portuguesa Nos surge na quinta posição com uma "yield" de 8,6%. 

Esta nota no CaixaBank BPI surge a propósito da altura de turbulência que se vive nos mercados acionistas. Na sessão de ontem, a bolsa nacional teve uma desvalorização de quase 9%, naquela que foi a maior queda diária desde 2008, ano marcado pela falência do Lehman Brothers e pelo aumento de proporções da crise financeira internacional.

O movimento do índice PSI-20 acompanhou o cenário em todo o mundo. Em Wall Street os índices conheceram a maior perda de pontos de sempre numa sessão e o Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores cotadas da Europa, entrou em território "bear", o que significa que desvalorizou 20% desde o último máximo registado. 

Ontem os preços do petróleo Brent e WTI chegaram a desvalorizar cerca de 30%, o que não se verificava desde a guerra do Golfo, em 1991, depois da Arábia Saudita ter anunciado que iria aumentar a produção de petróleo e vender cada barril com um desconto elevado para inundar o mercado petrolífero. Hoje, a coqueluche estatal saudita, a Saudi Aramco, anunciou que irá aumentar a sua oferta para um valor recorde de 12,3 milhões de barris por dia, a partir de abril. O preço do Brent chegou a derrapar 8%, no início da sessão.

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