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Wall Street no vermelho após Powell "hawkish". Juros da dívida dos EUA agravam-se
Os juros da dívida norte-americana agravaram-se de forma expressiva e as principais bolsas dos EUA terminaram em terreno negativo, num dia marcado por uma emissão de dívida a longo prazo e por uma intervenção do presidente da Fed, Jerome Powell.
O discurso "hawkish" do presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, e a emissão de dívida dos EUA a 30 anos marcaram o sentimento dos investidores, durante a sessão desta quinta-feira, 9 de novembro.
O industrial Dow Jones deslizou 0,65% para 33.891,94 pontos, enquanto o Standard & Poor's 500 (S&P 500) perdeu 0,81% para 4.347,35 pontos, pondo fim a uma série de oito sessões em alta. Já o tecnológico Nasdaq Composite desvalorizou 0,94% para 13.521,45 pontos.
O sentimento dos investidores foi marcado pelo discurso do presidente da Fed. Powell deixou claro que o banco central norte-americano pode inverter o caminho e voltar a apertar ainda mais a política monetária caso seja necessário.
O "benchmark" mundial S&P 500 ampliou as perdas, de mãos dadas com o agravamentos dos juros da dívida soberana norte-americana em várias maturidades.
A "yield" das Treasuries a 30 anos chegou a escalar 22 pontos base, tendo aliviado entretanto, subindo 16,5 pontos base para 4,78%. Já os juros das obrigações norte-americanas crescem 14,7 pontos base para 4,622%.
As "yields" das obrigações com maturidade mais longa estiveram a registar agravamentos mais expressivos do que os juros das obrigações cujo o prazo de vencimento é mais curto, pressionando a curva das rendibilidades dos EUA para uma inclinação negativa.
O Tesouro dos EUA colocou no mercado 24 mil milhões de dólares a 30 anos, tendo acabado por se predispor a pagar um juro de 4,769%, face ao juro indicativo de 4,716% apontado no arranque da operação.
O mercado de dívida foi ainda agitado por um problema informático. A Associação do Setor dos Valores Mobiliários e dos Mercados Financeiros dos EUA informou os seus membros, na quinta-feira, de que o Industrial and Commercial Bank of China foi alvo de um ataque informático, de acordo com o Financial Times.
O ataque teve impacto na liquidação de transações por parte do banco, afetando assim os investidores, intermediados por esta instituição financeira. Mais tarde, o Tesouro dos EUA, citado pela Reuters, confirmou que tinha conhecimento deste incidente.