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Wall Street no vermelho a poucas horas do aumento de tarifas
A queda das ações reflete a expectativa reduzida sobre a possibilidade de EUA e China fecharem um acordo que evite uma guerra comercial.
Wall Street está a negociar em terreno negativo pela quarta sessão consecutiva, com os investidores a baixarem as expectativas de que seja possível aos Estados Unidos e China fecharem um acordo que trave uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O S&P500 desce 0,82% para 2.855,93 pontos e o Dow Jones cai 0,91% para 25.731,24 pontos. O Nasdaq cede 0,95% para 7.867,69 pontos.
O nervosismo dos investidores com o impacto de uma guerra comercial cresce quando faltam poucas horas para entrar em vigor o aumento de tarifas anunciado por Donald Trump sobre bens chineses (previsto para as 00:01 de sexta-feira).
Foi no domingo que Trump especificou que as tarifas de 10% sobre o equivalente a 200 mil milhões de dólares em produtos chineses importados pelos EUA irão subir para 25% a partir desta sexta-feira e que "em breve" serão impostas tarifas de 25% sobre o equivalente a mais 325 mil milhões de dólares de produtos oriundos da China.
Ontem à noite o presidente dos Estados Unidos disse que a China "quebrou" o acordo nas negociações com os norte-americanos, aumentando as dúvidas sobre a possibilidade de entendimento entre os dois países.
As declarações de Trump surgem antes da última ronda de conversações em Washington, onde está o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, para tentar fechar um acordo com os Estados Unidos.
Um cenário que nesta altura parece cada vez mais longínquo, o que se reflete no sentimento dos investidores em todo o mundo. Nas bolsas europeias os principais índices também descem pela quarta sessão e negoceiam em mínimos de seis semanas.
As cotadas mais sensíveis ao comércio com a China sofrem as quedas mais fortes. É o caso de várias companhias de fabrico de chips: a Micron Technology, Advanced Micro Devices, Nvidia e Intel marcam perdas entre 1% and 3%.
A Caterpillar (-2,01%) e a Boeing (-1,34%) também estão a ser penalizadas pelo expectativa de escalada na guerra comercial.
Em sentido contrário, a Chevron dispara 3,5% depois de ter anunciado que não vai aumentar o valor da oferta (33 mil milhões de dólares) para comprar a Anadarko Petroleum, abrindo assim caminho para esta petrolífera ser comprada pela Occidental.