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Wall Street ganha fôlego nos minutos finais com ajuda do retalho. Mas há alertas de "superbolha"

As bolsas norte-americanas intensificaram o movimento de queda neste arranque de semana, penalizadas pela perspetiva de uma subida dos juros da Fed para breve e pelas tensões geopolíticas, mas nos minutos finais de negociação conseguiram inverter para o verde.

EPA
24 de Janeiro de 2022 às 21:40
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O índice industrial Dow Jones fechou a somar 0,29% para 34.364,50 pontos, depois de seis sessões consecutivas em baixa. No passado dia 5 de janeiro, recorde-se, tocou num nível nunca antes atingido, nos 36.952,65 pontos.

 

Já o Standard & Poor’s 500 avançou 0,28% para 4.410,13 pontos. O seu valor mais alto de sempre foi atingido na negociação intradiária de 4 de janeiro, nos 4.818,62 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,63% para se fixar nos 13.855,13 pontos. Desde quarta-feira que este índice está em território de correção (a perder mais de 10% face ao último máximo) e o ganho de hoje não foi suficiente para sair desse patamar.

 

O máximo histórico intradiário do Nasdaq está nos 16.212,23 pontos, estabelecido a 22 de novembro.

 

Ao longo das quatro sessões da semana passada (na segunda-feira as bolsas norte-americanas estiveram encerradas para celebração do Dia de Martin Luther King, Jr.), os principais índices de Wall Street encerraram sempre no vermelho. O Dow era o que estava há mais tempo em terreno negativo.

 

A pressionar a negociação durante quase toda a sessão de hoje estiveram sobretudo as tecnológicas – que se endividaram fortemente nos últimos dois anos, devido às baixas taxas de juro, e que agora temem o efeito da subida dos juros diretores pela Fed que poderá ter já início em março.

 

Os receios de que a Fed suba já em março os juros diretores e as tensões geopolíticas decorrentes do reforço militar da Rússia na fronteira da Ucrânia estão entre as principais fontes de nervosismo do mercado. Além de que a elevada inflação também não está a ajudar.

 

Nos mínimos da sessão de hoje, Wall Street estava a caminho do seu pior dia desde outubro de 2020, com o Nasdaq a afundar 4% e o Dow a perder mais de 1.000 pontos.

 

Nos cinco minutos finais da negociação do horário regular, os três índices inverteram, muito à conta das cotadas do retalho, como a Gap, a Bed Bath & Beyond e a Dollar Tree.

 

No entanto, os fatores de pressão mantêm-se. Os investidores estão agora a centrar as atenções na reunião de dois dias da Fed, que tem início amanhã, e na apresentação de contas das tecnológicas.

 

Depois da Netflix na sexta-feira, hoje é a vez de a IBM reportar os seus resultados. Amanhã será a Microsoft e no resto da semana irão ainda confessar-se ao mercado a Apple e a Intel.

 

Período penoso que "não vai acabar bem"

 

O arranque de ano tem estado a ser mau para Wall Street e um dos mais influentes gestores de fundos de cobertura de risco (hedge funds) diz, citado pela CNN, que este pode ser o início de um período bastante penoso para os investidores.

 

Jeremy Grantham – cofundador e principal estratega de investimento da Grantham, Mayo, & van Otterloo (GMO) – sublinhou num relatório divulgado hoje, intitulado "Let the Wild Rumpus Begin", que as bolsas estão em plena "superbolha" e que isto "não vai acabar bem".

 

Grantham, que gere os investimentos da GMO desde que foi fundada, em 1997, também se tinha mostrado – certeiramente – pessimista com as bolsas em 2000 e durante a crise financeira de 2008.

 

"Boa sorte! Vamos precisar dela", escreveu Grantham, cuja empresa tem cerca de 65 mil milhões de dólares em ativos sob gestão.

 

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