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Tesla "meteu a quinta" em 2020 e entra no top 10 das cotadas mais valiosas

A Tesla foi um dos fenómenos de 2020. A empresa liderada por Elon Musk valorizou mais de 700% e é já uma das 10 maiores empresas mundiais em capitalização bolsista. Pelo meio realizou um "stock split", dois aumentos de capital e entrou para o S&P 500.

03 de Janeiro de 2021 às 16:00
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Num ano em que a pandemia castigou os fabricantes automóveis, a Tesla destoou, sendo a única a aumentar as vendas e apresentando três trimestres de lucro, elevando para cinco os períodos de três meses consecutivos no verde.

As ações da empresa liderada por Elon Musk viveram um ano de euforia e dispararam cerca de 740%, tendo, na última sessão do ano, superado pela primeira vez os 700 dólares.

2020 foi fértil em acontecimentos para a Tesla. Desde o início da produção do Model Y, passando pelo arranque da produção na China, o início da construção da nova Gigafactory na Alemanha, até aos três aumentos de capital, um "stock split" e a entrada, já em dezembro, no S&P 500, a empresa esteve sempre sob os holofotes dos investidores.

O ano foi catastrófico para os detentores de posições curtas - que apostam na queda da cotação - na Tesla. Segundo a S3 Partners, citada pela Bloomberg, os "short sellers" perderam 38 mil milhões de dólares com a Tesla.

No final de agosto, a construtora concretizou um "stock split", curiosamente no mesmo dia que a Apple, de cinco para uma ação. No primeiro dia de negociação do desdobramento das ações, a cotação atingiu os 499 dólares.

A capitalização bolsista da Tesla engordou para cerca de 670 mil milhões de dólares, colocando-a entre as 10 empresas mais valiosas do mundo. O valor da Tesla mais do que duplica o da Toyota (253,2 mil milhões de dólares), a segunda fabricante automóvel mais valiosa.

Este desempenho permitiu a Musk ascender ao segundo lugar na lista das pessoas mais ricas do mundo, apenas atrás de Jeff Bezos. O fundador e CEO da Tesla tem uma fortuna avaliada em 170 mil milhões de dólares, menos 20 mil milhões do que Bezos. Em 2020, Musk viu a sua riqueza aumentar em 142 mil milhões de dólares.

Tigre de papel?
No entanto, alguns analistas apontam algumas fragilidades à Tesla. Em primeiro lugar, a ligação umbilical a Musk, que constitui simultaneamente um trunfo e uma vulnerabilidade, como disse ao Negócios Paulo Rosa, economista e corretor sénior do Banco Carregosa.

Outra questão apontada é a dependência da Tesla da venda de créditos de emissões de dióxido de carbono a outros fabricantes automóveis, como o grupo da Fiat Chrysler. Nos três primeiros trimestres de 2020 a Tesla encaixou 1.179 milhões de dólares, mais do dobro do que em todo o ano anterior.

Sem as vendas destes créditos de CO2, a Tesla teria perdas de 728 milhões de dólares nos primeiros nove meses de 2020 em vez dos lucros de 451 milhões.

Já este sábado, a Tesla revelou que ficou a escassos 450 veículos de alcançar a meta traçada por Musk de fechar 2020 com meio milhão de automóveis entregues. A produção atingiu um novo recorde com 509.737 viaturas a sairem das fábricas.
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