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Sector automóvel arrasta bolsas europeias para mínimos de quatro semanas
Os principais índices europeus registaram perdas em torno de 2%, pressionados pelo sector automóvel, numa sessão em que a BMW esteve em destaque. A empresa deslizou quase 5,5%.
As bolsas europeias encerraram a sessão desta quinta-feira, 24 de Setembro, em terreno negativo, penalizadas pelas cotadas do sector automóvel, que continuam a ser arrastadas pelo escândalo da Volkswagen.
O índice que reúne as 600 maiores empresas europeias, o Stoxx600, perdeu 2,12% para 339,63 pontos, o valor mais baixo desde 24 de Agosto. As maiores descidas foram protagonizadas pelos índices holandês e italiano, com descidas de 2,21% e 2,31%, respectivamente. O alemão DAX deslizou 1,92%, o francês CAC40 perdeu 1,93% e o espanhol IBEX caiu 1,93%. A bolsa de Atenas foi a que registou a descida mais ligeira de 0,43%.
O sector automóvel esteve mais uma vez em destaque esta quinta-feira, depois de a revista alemã Autobild ter revelado que o modelo X3 xDrive 20d sport emite até 11 vezes mais poluentes do que os limites impostos na União Europeia. A notícia levou as acções da BMW a afundar 5,46% para 75,63 euros, com os investidores receosos que possam surgir novos casos de manipulação ou fraude relacionados com fabricantes automóveis.
Contudo, a marca já reagiu afirmando que não tem qualquer função ou equipamento que altere os dados das emissões de poluentes. "Todos os sistemas de emissões permanecem activos fora dos ciclos de testes", garante a BMW.
Ainda neste sector, a Peugeot caiu 3,67%, a Fiat desceu 7,5% e a Renault recuou 1,8%. Já a Porsche perdeu 0,6% para 42,07 dólares, aumentando para 30,6% a desvalorização acumulada desde a passada sexta-feira. Isto porque entre os possíveis sucessores do CEO da Volkswagen, que apresentou ontem a sua demissão, está Mathias Mueller, da Porche, que é apoiado por membros da família Porsche, detentora de participação maioritária na fabricante alemã, e Herbet Diess, ex-executivo da BMW e director de marca da Volkswagen.
Mueller, de 62 anos, lidera a Porsche desde 2010 e pode ser conduzido ao lugar de chefe-executivo da Volkswagem como CEO interino, cuja missão será estabilizar a empresa até que um novo candidato para o longo prazo apareça, diz Arndt Ellinghorst, analista da Evercor.
Pelo contrário, a Volkswagen subiu 0,58% para 112,15 euros, depois das fortes quedas registadas nas últimas sessões. Na última semana, as acções da empresa já perderam 33,8%. A fabricante alemã vai publicar na sexta-feira uma lista com os veículos afectados pela manipulação de gases poluentes em motores Diesel, segundo um porta-voz da empresa citado pela Efe.
A empresa alemã, à qual pertencem outras marcas como a Seat, Audi e Porsche, vai especificar na lista quais são os veículos afectados e onde foram vendidos.A Seat reconheceu que os motores com problemas de emissões poluentes foram amplamente utilizados pela empresa em vários modelos, mas ainda não tem um dado dos motores 'EA 189' montados pela marca em Espanha.
Esta quinta-feira, os investidores estão ainda expectantes em relação às palavras da presidente da Reserva Federal norte-americana, Janet Yellen, que vai discursar em Massachusetts, depois do fecho dos mercados. Os investidores procuram obter pista sobre o rumo da política monetária nos Estados Unidos, depois de a Fed ter decidido adiar a subida dos juros, na semana passada.