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Sector financeiro sustenta Wall Street mas venda de dívida reduz ganhos

As bolsas norte-americanas encerraram em terreno positivo, animadas sobretudo pelos títulos financeiros. O movimento de venda de obrigações soberanas dos EUA intensificou-se e travou parte dos ganhos, mas não impediu um novo recorde do Dow Jones.

Reuters
03 de Outubro de 2018 às 21:19
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O índice industrial Dow Jones estabeleceu hoje um máximo histórico, pela segunda sessão consecutiva, ao tocar nos 26.951,81 pontos a meio do dia. Está assim muito perto do patamar psicológico dos 27.000 pontos. Fechou depois a somar 0,20 para 26.828,39 pontos.

 

Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou 0,07% para 2.925,51 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite valorizou 0,32% para 8.025,09 pontos.

 

A negociação bolsista do outro lado do Atlântico foi sobretudo impulsionada pelo sector financeiro, com os bons dados económicos dos EUA a fazerem subir os juros da dívida norte-americana – o que anima muito especialmente as cotadas da banca.

 

A ADP (sector privado) anunciou esta quarta-feira um aumento dos postos de trabalho nos EUA em Setembro na ordem dos 230.000 (o maior incremento desde Fevereiro), contra uma estimativa de 184.000.

 

Por outro lado, um relatório do Institute for Supply Management deu conta de que a actividade do sector dos serviços atingiu um máximo de 21 anos em Setembro – o que também ajudou ao optimismo dos investidores.

 

Estes dados fizeram subir as "yields" das obrigações dos EUA, que no vencimento a 10 anos atingiram o mais alto nível em mais de sete anos, nos 3,179% - ao passo que na maturidade a dois anos alcançaram o patamar mais elevado em mais de uma década.

 

A contribuir para este aumento dos juros esteve também a renovada convicção de que a Reserva Federal dos EUA irá proceder em Dezembro a um aumento dos juros directores – o que, a confirmar-se, será o quarto deste ano.

 

No entanto, a valorização em Wall Street perdeu algum gás depois de o movimento de venda de dívida norte-americana se ter intensificado.

 

A ajudar a manter as bolsas norte-americanas no verde esteve o sector da energia, com as cotadas ligadas ao petróleo a ganharem terreno num dia em que a matéria-prima continuou a escalar posições.

 

Em Londres, o Brent superou hoje a fasquia dos 86 dólares por barril, ao negociar nos 86,74 dólares – máximos de Novembro de 2014. Em Nova Iorque o WTI também seguiu no valor mais alto de quatro anos, a transaccionar nos 76,90 dólares.

 

Esta quarta-feira foi anunciado que a Rússia está a produzir em volumes recordes e que a Arábia Saudita também está quase nesse patamar. Juntas, estão a colocar mais um milhão de barris por dia no mercado. Ora, isto deveria fazer cair as cotações, já que têm estado a valorizar nos últimos tempos devido aos receios de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros grandes produtores não consigam compensar a queda de fornecimento por parte da Venezuela (que enfrenta perturbações na indústria petrolífera) e do Irão (devido às sanções dos EUA). Mas não é o que está a acontecer, sobretudo devido a uma voz potente que hoje se fez ouvir: a do presidente russo.

 

Vladimir Putin disse que estes altos preços do crude "resultam grandemente das acções da actual Administração norte-americana". "Donald, se quer encontrar o culpado pela subida dos preços, terá de se olhar ao espelho", afirmou Putin esta manhã numa conferência em Moscovo.

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