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Saída dos EUA do acordo nuclear com o Irão mantém Wall Street em alerta
As principais bolsas norte-americanas encerraram praticamente inalteradas face à véspera, com subidas e descidas muito ligeiras. Os índices permaneceram em terreno negativo depois do anúncio de Trump de que os EUA vão sair do acordo nuclear com o Irão, mas nos minutos finais de negociação ainda tocaram no verde. Apesar de ontem Wall Street ter subido perante esta perspectiva de saída dos EUA do acordo, uma vez que isso animou o petróleo e as cotadas do sector, hoje esteve a reagir aos receios de uma escalada das tensões geopolíticas.
O Dow Jones encerrou a somar 0,02% para 24.361,07 pontos, ao passo que o Standard & Poor’s 500 deslizou 0,03% para 2.671,93 pontos.
Por seu lado, o Nasdaq Composite terminou o dia com um ganho marginal de 0,02%, a valer 7.266,90 pontos.
As bolsas do outro lado do Atlântico estiveram em suspenso, com os investidores a agirem com prudência, à espera do anúncio do presidente norte-americano relativamente a retirar ou manter o seu país do acordo nuclear com o Irão.
A decisão foi anunciada pelas às 19:00 e pouco de Lisboa – com Trump a confirmar o que já se esperava: a saída dos EUA do acordo.
Se ontem esta perspectiva animou as bolsas – muito à conta da subida dos preços do petróleo, uma vez que o Irão é um dos principais produtores de petróleo e os investidores têm estado a tentar avaliar o impacto que teria na oferta mundial uma reimposição de sanções por parte dos Estados Unidos –, hoje já não foi capaz de "repetir a proeza". E isto porque os receios de um intensificar das tensões geopolíticas falaram mais alto.
No entanto, nos minutos finais o Dow Jones e o Nasdaq Composite ainda conseguiram chegar a terreno positivo, ao passo que o S&P 500 ficou no vermelho, mas tanto as subidas como as descidas do outro lado do Atlântico foram marginais.
Os EUA ficam em grande medida isolados na cena internacional, desde logo porque os restantes cinco países que assinaram o acordo com o Irão pretendem que o mesmo se mantenha em vigor. Resta saber o que fará Teerão agora que os Estados Unidos rasgaram o acordo e que as penalizações financeiras voltarão a pender sobre o regime iraniano.
Foi este acordo assinado em 2015 com o Irão que levou a que fossem levantadas as sanções do Ocidente contra o país, fazendo nomeadamente com que este regressasse ao mercado petrolífero como exportador. O acordo, recorde-se, foi celebrado em troca de o Irão limitar a sua capacidade de enriquecimento de urânio à exclusivamente necessária para a produção de electricidade.