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Risco político coloca bolsa espanhola na mira dos especuladores
As apostas na queda da gestora da bolsa espanhola dispararam para níveis recorde, perante a quebra das negociações provocada pela incerteza em torno da formação de um novo Governo.
A incerteza política em Espanha está a colocar o mercado de capitais do país entre os alvos dos especuladores. As apostas na queda da gestora da bolsa espanhola dispararam para um valor recorde, com as posições a descoberto sobre a Bolsas Y Mercados Espanoles (BME) a serem três vezes superiores à média das companhias do índice de referência Ibex-35.
O aumento destas apostas negativas sobre a BME surge num momento em que a bolsa espanhola enfrenta uma quebra dos volumes de negociação e devido ao tumulto político que o país atravessa, que está a manter os investidores afastados das acções espanholas.
Segundo os dados compilados pela agência Bloomberg e pela Markit, os interesses a descoberto sobre o capital da gestora da bolsa de Espanha equivalem a mais de 10% do capital disperso da companhia.
Espanha continua sem encontrar um Governo que garanta uma maioria parlamentar. Pedro Sánchez, secretário-geral do PSOE, continua a tentar obter apoios nos partidos à esquerda para conseguir formar Governo.
A um dia da primeira votação parlamentar da sua investidura, Sánchez garante que está nas mãos dos 350 deputados espanhóis a possibilidade de colocar um ponto final aos anos de governação de Rajoy. No discurso em que defendeu a sua nomeação como primeiro-ministro de Espanha, o líder do PSOE instou o Podemos a apoiar a formação de um Governo de "mudança".
A bolsa espanhola regista a queda mais expressiva entre as restantes praças europeias. O índice Ibex-35 cai mais de 8,6% em 2016.