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Resultados trimestrais puxaram pela bolsa? Foram indiferentes
As empresas do PSI-20 lucraram mais no primeiro trimestre do ano e obtiveram mesmo os melhores resultados desde 2007. Mas a bolsa ficou indiferente à melhoria dos resultados líquidos das cotadas.
As cotadas da bolsa de Lisboa terminaram o primeiro trimestre com os lucros mais elevados desde 2007. Mas, apesar dos números apresentados darem confirmações de que os resultados estão a recuperar, a reacção da bolsa aparenta ter sido indiferente. Um factor que é explicado pelos receios que pairam sobre os mercados e também pela forma como o lucro de algumas cotadas nacionais foi conseguido.
Desde o início da época de apresentação de resultados no PSI-20, que se iniciou a 26 de Abril com a Nos, o índice desliza 1,74%, o que compara com o ganho de 1% do europeu Stoxx 600, no mesmo período. Isto apesar do lucro de 17 das 18 cotadas do índice ter subido de 770 milhões de euros no início de 2015 para 845 milhões nos primeiros três meses deste ano.
Eduardo Santos explica que um dos factores que permitiram uma subida dos lucros foram os esforços para uma maior eficiência das empresas. E que, num cenário de incerteza para a economia mundial, isso não é suficiente para satisfazer o mercado. O gestor da XTB refere que "os investidores procuram criação de valor". E considera que "o foco nos cortes operacionais mostra a preocupação dos gestores na eficiência e gestão da dívida em detrimento de um foco em crescimento e criação de valor. E com a economia global pressionada os investidores estão cautelosos".
Também Albino Oliveira explica a aparente falta de reacção da bolsa aos números das cotadas com a incerteza generalizada. "Não foi apenas verificado em Portugal", considera o analista da Patris Investimentos. "Por exemplo, nos EUA as empresas que desapontaram o consenso foram fortemente penalizadas pelos investidores, mas as empresas que apresentaram números acima do esperado acabaram por não beneficiar", constata.
O analista refere que este comportamento do mercado "poderá reflectir o período de indecisão que tem sido observado nos últimos meses nos mercados de acções, tendo em conta as incertezas que são identificadas para a economia global e os múltiplos de mercado que esta classe de activos apresenta".