Notícia
Raize disparou 19% no primeiro dia em bolsa
Na chamada das 15:30 as acções da fintech aceleraram a subida, fechando o dia nos 2,38 euros.
As acções da Raize tiveram uma estreia positiva na primeira sessão no Euronext Access da bolsa de Lisboa.
Na chamada das 10:30 os títulos arrancaram nos 2,20 euros, o que correspondia a uma valorização de 10% face ao preço a que as acções foram vendidas na oferta pública de venda (OPV) a um preço fixo de 2,00 euros.
As acções da nova cotada negoceiam ao longo da sessão, mas o preço só é formado duas vezes ao longo do dia. A segunda chamada é efectuada às 15:30 e as acções acentuaram os ganhos, marcando 2,39 euros. Assim, na primeira sessão em bolsa as acções da Raize subiram 19%. Os títulos ainda podem negociar até ao fecho da sessão, mas a cotação não vai mexer.
Foram transaccionadas mais de 100 mil acções, o que corresponde a perto de 15% das 700 mil acções que foram vendidas na OPV.
Ao preço de fecho do primeiro dia, a Raize fica avaliada em 11,9 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de quase 2 milhões de euros face ao valor a que foram vendidas (capitalização bolsista de 10 milhões de euros).
No comunicado emitido esta tarde, a Euronext cita comentários do co-fundador da Raize. José Maria Rego destaca que "a OPV atraiu uma forte procura e foi subscrita por mais de 1.400 investidores".
Para o gestor, "trazer a empresa para a bolsa e alargar a base de investidores vai impulsionar a nossa reputação e presença no mercado, com um impacto muito positivo no crescimento".
Como as acções vão negociar na bolsa
Por estar cotada no Euronext Acess, segmento para pequenas capitalizações, a Raize não vai negociar em contínuo na praça portuguesa, sendo que a formação do preço só acontecerá duas vezes durante a sessão (10:30 e 15:30). De acordo com a Euronext Lisboa, é desta forma que se vai processar a negociação dos títulos:
- 8:00am às 10:30 é por chamada: ordens vão para o central order book e às 10:30 é apurado um preço;
- 14h00 às 15h30 é por chamada: novo leilão para apurar novo preço;
- 15:30 às 16:30: "trading at last"
Primeira OPV em quatro anos
A OPV da Raize marca o regresso de novas cotadas à bolsa portuguesa, dado que a anterior OPV aconteceu a 12 de Fevereiro de 2014, quando a Espírito Santo Saúde (ESS, hoje Luz Saúde) dispersou capital na bolsa portuguesa.
Na OPV, foram vendidas 750.000 acções, representativas de 15% do capital da empresa. Foram 1.419 os investidores a participar nesta operação, tendo a procura superado em 3,7 vezes a oferta, sendo que todos os investidores de retalho receberam pelo menos 500 acções da empresa (investimento de mil euros).
Oferta vai aumentar para 25% do capital
No que diz respeito aos investidores institucionais, participaram na operação a "SGF - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, do investidor Ilídio Pinho/IP-Holding (fundador do Banco BIG, do BCP e de outras sociedades financeiras de referência) e do investidor António Aguiar Moreira, antigo responsável pela Base Holding SGPS, que foi vendida à Unilabs em 2017".
Depois desta oferta inicial, e para reforçar a liquidez da acção, após admissão à negociação, serão disponibilizadas acções representativas de 10% do capital durante um período de seis meses. Assim, será colocado em bolsa um total de até 25% do capital da Raize.
A empresa terminou o ano de 2017 com um resultado líquido negativo de 20.968 euros, o que compara com os prejuízos de 62.905 euros obtidos um ano antes. A margem financeira foi também negativa em 2.028 euros, enquanto o produto bancário foi de 264.341,5 euros, mais 188,6% do que um ano antes.
A "fintech" que gere uma bolsa de empréstimos a PME já financiou 15,5 milhões de euros, num total de 774 operações realizadas. Tem um universo de 30.810 investidores particulares.