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Raize dispara 10% no arranque da negociação em bolsa
As acções da bolsa de empréstimos para PME começaram a negociar esta quarta-feira, no Euronext Access. Já foram transaccionadas quase 80 mil acções.
Foram transaccionadas 49.587 acções no primeiro minuto de negociação, sendo que passados uma hora o número de títulos transaccionados estava perto de 80 mil. A cotação ficará estável até às 15:30, altura em que haverá um leilão para apurar um novo preço.
Ao preço de estreia em bolsa, a Raize fica avaliada em 11 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 1 milhão de euros face ao valor a que foram vendidas.
Como as acções vão negociar na bolsa
Por estar cotada no Euronext Acess, segmento para pequenas capitalizações, a Raize não vai negociar em contínuo na praça portuguesa, sendo que a formação do preço só acontecerá duas vezes durante a sessão (10:30 e 15:30). De acordo com a Euronext Lisboa, é desta forma que se vai processar a negociação dos títulos:
- 8:00am às 10:30 é por chamada: ordens vão para o central order book e às 10:30 é apurado um preço;
- 14h00 às 15h30 é por chamada: novo leilão para apurar novo preço;
- 15:30 às 16:30: "trading at last"
Primeira OPV em quatro anos
A OPV da Raize marca o regresso de novas cotadas à bolsa portuguesa, dado que a anterior OPV aconteceu a 12 de Fevereiro de 2014, quando a Espírito Santo Saúde (ESS, hoje Luz Saúde) dispersou capital na bolsa portuguesa.
Na OPV, foram vendidas 750.000 acções, representativas de 15% do capital da empresa. Foram 1.419 os investidores a participar nesta operação, tendo a procura superado em 3,7 vezes a oferta, sendo que todos os investidores de retalho receberam pelo menos 500 acções da empresa (investimento de mil euros).
Oferta vai aumentar para 25% do capital
No que diz respeito aos investidores institucionais, participaram na operação a "SGF - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, do investidor Ilídio Pinho/IP-Holding (fundador do Banco BIG, do BCP e de outras sociedades financeiras de referência) e do investidor António Aguiar Moreira, antigo responsável pela Base Holding SGPS, que foi vendida à Unilabs em 2017".
Depois desta oferta inicial, e para reforçar a liquidez da acção, após admissão à negociação, serão disponibilizadas acções representativas de 10% do capital durante um período de seis meses. Assim, será colocado em bolsa um total de até 25% do capital da Raize.
A empresa terminou o ano de 2017 com um resultado líquido negativo de 20.968 euros, o que compara com os prejuízos de 62.905 euros obtidos um ano antes. A margem financeira foi também negativa em 2.028 euros, enquanto o produto bancário foi de 264.341,5 euros, mais 188,6% do que um ano antes.
A "fintech" que gere uma bolsa de empréstimos a PME já financiou 15,5 milhões de euros, num total de 774 operações realizadas. Tem um universo de 30.810 investidores particulares.