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Quem é o "hedge fund" a apostar na queda da bolsa?

A bolsa portuguesa destaca-se com um dos melhores desempenhos na Europa, em 2018. Apesar do optimismo para as acções, têm vindo a aumentar as apostas contrárias na praça lisboeta. E o Marshall Wace é o mais activo.

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10 de Novembro de 2017 às 07:00
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Londres abriga o maior centro financeiro da Europa. Mas, em vez da City, Paul Marshall e Ian Wace escolheram um cenário bem mais residencial para sediar o "hedge fund" que criaram em 1997. É a partir do primeiro andar, do número 131, na Sloane Street, no bairro de Chelsea, que os especialistas do Marshall Wace alinham as suas estratégias de investimento. E as empresas portuguesas têm estado na mira dos gestores.

O Marshall Wace é um dos "hedge funds" mais activos na bolsa portuguesa. Mas não é o tipo de investimento que agrada aos administradores das cotadas. Ainda que a gestora concilie estratégias de longo e de curto prazo, a sua aposta em Lisboa tem-se concentrado apenas em posições negativas. E as participações a descoberto, que ganham com a descida das acções, estão a aumentar. São já cinco as cotadas onde o "hedge fund" detém apostas contrárias.

CTT, BCP, EDP, Mota-Engil e Sonae são as companhias onde está a gestora de Marshall e Wace, segundo os dados relativos às participações a descoberto superiores a 0,5% divulgadas no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Ainda que já mantivesse apostas negativas em algumas destas companhias, o "hedge fund" reforçou as suas posições nos últimos dias. O BCP foi a última empresa onde os especialistas aumentaram a aposta negativa. Passaram a controlar uma posição curta, no dia 6 de Novembro, representativa de 1,10% do capital do banco.

Estas posições a descoberto procuram aproveitar os momentos de fraqueza dos títulos. E foi precisamente isso que aconteceu nas últimas sessões com os CTT, onde, além do Marshall Wace, outras gestoras têm estado a apostar na descida das acções, após a divulgação de resultados decepcionantes e o anúncio de um corte de dividendo. Apenas desde o início do mês, a empresa de correios afunda perto de 36%.

No caso do BCP, os especialistas deverão estar a antecipar uma correcção após a escalada de mais de 33% protagonizada pela instituição este ano. Já as empresas do sector de energia têm sido penalizadas pelas propostas de descida das tarifas para o próximo ano e outras questões regulatórias. Movimentos de queda que são antecipados pelos gestores.

Um histórico em Lisboa

Questionada pelo Jornal de Negócios, a entidade, que geria no final Setembro 34 mil milhões de dólares, adiantou que não se pronuncia sobre a sua estratégia, nem sobre as suas posições. Ainda assim, é longa a experiência da gestora na bolsa lisboeta, sendo um dos "hedge funds" mais activos a apostar na descida de empresas nacionais.

No passado, já ganhou vários milhões com participações a descoberto em Lisboa, nomeadamente no BES. Semanas antes do resgate, foi o primeiro a revelar uma posição curta no banco entretanto intervencionado, uma participação que, segundo o Wall Street Journal, terá permitido ao "hedge fund" encaixar 27 milhões de euros.

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