Notícia
Queda de 3% leva EDP a mínimos de quatro meses
A descida dos títulos da eléctrica acontece no dia em que o Morgan Stanley reduziu a recomendação sobre as acções da eléctrica e reviu em baixa o preço-alvo. E em que o Expansión refere que a EDP é um dos potenciais alvos identificados para aquisições pela Enel.
21 de Novembro de 2017 às 09:32
As acções da EDP já estiveram a cair mais de 3% esta terça-feira, 21 de Novembro, levando a cotação a um mínimo de mais de quatro meses (11 de Julho).
As descidas ocorrem no dia em que o banco Morgan Stanley reviu em baixa a sua recomendação para os títulos da eléctrica portuguesa e cortou o preço-alvo da acção.
Segundo a Bloomberg, a recomendação foi reduzida de equal-weight para underweight () e o price-target passou de 3,3 euros para 2,9 euros (uma descida de cerca de 12%), dando agora à acção um potencial de desvalorização de 0,8% em relação ao valor de fecho desta segunda-feira (2,922 euros).
Esta é a segunda vez no espaço de seis meses que o Morgan Stanley cortou tanto a avaliação como o preço-alvo. Em Junho o banco de investimento norte-americano anunciou a baixa da recomendação de "overweight" para "equalweight", uma recomendação que a EDP mantinha desde 2011. O preço-alvo foi cortado então de 3,50 euros para 3,40 euros.
Na altura, o banco justificou a revisão em baixa devido às investigações à eléctrica que poderiam desencadear um caminho de maior regulação o que poderia penalizar a acção.
"O anúncio da investigação de alegada corrupção na EDP pode ser o início de um ciclo negativo de regulação", comenta a equipa de especialistas do Morgan Stanley.
Desta vez, o banco refere que as propostas tarifárias para 2018 saíram pior do que o antecipado pelo mercado (penalizando EDP e EDP Renováveis) e que as acções ainda não estão a reflectir negativamente esta circunstâncias, estando entre 8% e 12% acima do valor considerado adequado.
Na nota do Morgan Stanley a que o Negócios teve acesso, o banco refere ainda que apesar de a EDP estar a cortar custos, esta redução tem um potencial limitado para compensar as decisões regulatórias negativas.
"Com uma revisão negativa das receitas, risco hídrico acima da média e a EDP a negociar largamente em linha com as pares em P/E [rácio price/earnings] mas com pior outlook de crescimento, vemos a EDP com um desempenho inferior às pares ao longo dos próximos 12 meses", refere para justificar o corte de recomendação.
Já a revisão em baixa do preço-alvo é levada a cabo para "incorporar um valor mais baixo para o negócio de redes," acrescenta.
A descida da acção da EDP ocorre ainda no dia em que o Negócios avança que Bruxelas está a negociar com o Governo os incentivos às eléctricas que garantem que as centrais a gás natural estão sempre preparadas para produzir electricidade.
"A Comissão está em contacto com as autoridades portuguesas sobre os seus planos para introduzir medidas de apoio à capacidade eléctrica", disse fonte oficial da Comissão Europeia.
O Governo cancelou este ano o anterior regime de garantia de potência, que era atribuído administrativamente às centrais da EDP (Ciclo Combinado de Lares e Termoeléctrica do Ribatejo) e da Endesa. Em substituição, criou um sistema de leilão, impondo um tecto máximo.
Os contratos para este incentivo só são válidos para 2017, o que significa que a partir de 1 de Janeiro de 2018 Portugal corre o risco de ficar sem sistema de apoio à rede eléctrica, caso Lisboa e Bruxelas não se entendam até lá.
Esta terça-feira o jornal espanhol Expansión refere que a eléctrica portuguesa pode estar entre os potenciais alvos de aquisição por parte da italiana Enel.
As acções da empresa liderada por António Mexia recuam 1,92% para 2,866 euros, mas já estiveram a perder 3,15% desde o início da sessão.
(Notícia actualizada às 16:18 com mais informação)
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
As descidas ocorrem no dia em que o banco Morgan Stanley reviu em baixa a sua recomendação para os títulos da eléctrica portuguesa e cortou o preço-alvo da acção.
Esta é a segunda vez no espaço de seis meses que o Morgan Stanley cortou tanto a avaliação como o preço-alvo. Em Junho o banco de investimento norte-americano anunciou a baixa da recomendação de "overweight" para "equalweight", uma recomendação que a EDP mantinha desde 2011. O preço-alvo foi cortado então de 3,50 euros para 3,40 euros.
Na altura, o banco justificou a revisão em baixa devido às investigações à eléctrica que poderiam desencadear um caminho de maior regulação o que poderia penalizar a acção.
"O anúncio da investigação de alegada corrupção na EDP pode ser o início de um ciclo negativo de regulação", comenta a equipa de especialistas do Morgan Stanley.
Desta vez, o banco refere que as propostas tarifárias para 2018 saíram pior do que o antecipado pelo mercado (penalizando EDP e EDP Renováveis) e que as acções ainda não estão a reflectir negativamente esta circunstâncias, estando entre 8% e 12% acima do valor considerado adequado.
Na nota do Morgan Stanley a que o Negócios teve acesso, o banco refere ainda que apesar de a EDP estar a cortar custos, esta redução tem um potencial limitado para compensar as decisões regulatórias negativas.
"Com uma revisão negativa das receitas, risco hídrico acima da média e a EDP a negociar largamente em linha com as pares em P/E [rácio price/earnings] mas com pior outlook de crescimento, vemos a EDP com um desempenho inferior às pares ao longo dos próximos 12 meses", refere para justificar o corte de recomendação.
Já a revisão em baixa do preço-alvo é levada a cabo para "incorporar um valor mais baixo para o negócio de redes," acrescenta.
A descida da acção da EDP ocorre ainda no dia em que o Negócios avança que Bruxelas está a negociar com o Governo os incentivos às eléctricas que garantem que as centrais a gás natural estão sempre preparadas para produzir electricidade.
"A Comissão está em contacto com as autoridades portuguesas sobre os seus planos para introduzir medidas de apoio à capacidade eléctrica", disse fonte oficial da Comissão Europeia.
O Governo cancelou este ano o anterior regime de garantia de potência, que era atribuído administrativamente às centrais da EDP (Ciclo Combinado de Lares e Termoeléctrica do Ribatejo) e da Endesa. Em substituição, criou um sistema de leilão, impondo um tecto máximo.
Os contratos para este incentivo só são válidos para 2017, o que significa que a partir de 1 de Janeiro de 2018 Portugal corre o risco de ficar sem sistema de apoio à rede eléctrica, caso Lisboa e Bruxelas não se entendam até lá.
Esta terça-feira o jornal espanhol Expansión refere que a eléctrica portuguesa pode estar entre os potenciais alvos de aquisição por parte da italiana Enel.
As acções da empresa liderada por António Mexia recuam 1,92% para 2,866 euros, mas já estiveram a perder 3,15% desde o início da sessão.
(Notícia actualizada às 16:18 com mais informação)
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.