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PSI-20 regista a maior queda mensal em três anos

Maio foi um mês de quedas acentuadas nas bolsas mundiais e Lisboa não foi exceção. Num mês marcado pelo acentuar dos receios em torno da guerra comercial, o PSI-20 perdeu mais de 6%, num período também marcado pelo desconto dos dividendos de várias cotadas.

Miguel Baltazar
31 de Maio de 2019 às 17:03
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O PSI-20 desvalorizou 6,43% no mês de maio. É a primeira queda mensal de 2019 e a maior desde junho de 2016, mês em que o índice recuou mais de 10% devido ao voto dos britânicos a favor da saída do Reino Unido da União Europeia.

 

Esta descida está relacionada essencialmente a dois fatores. Por um lado das 18 cotadas que compõem o PSI-20, 10 (Jerónimo Martins, Galp Energia, EDP Renováveis, EDP, CTT, REN, Nos, Sonae Capital, Sonae SGPS e Ibersol) descontaram o dividendo que vão distribuir aos seus acionistas. Um facto que, apesar de se tratar apenas de um ajuste técnico, influencia a evolução das ações no dia em causa.

Ainda assim, o desconto dos dividendos não justifica a dimensão da queda. O desconto dos dividendos ocorre, por regra, maioritariamente no mês de maio. E este mês foi o pior maio desde 2012.

 

A outra razão está relacionada com a guerra comercial entre os EUA e a China e a Europa e, recentemente, o México. As ameaças de imposição de novas tarifas por parte dos EUA e as ameaças de retaliações da China pesaram fortemente no sentimento dos investidores, que provocaram quedas acentuadas nas bolsas.

 

O Stoxx600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, perde mais de 6% no acumulado de maio, o que também representa a maior descida mensal desde janeiro de 2016.

 

Já o americano S&P500 está a acumular uma descida de 6,15% este mês, sendo a primeira desvalorização mensal em 2019 e a maior desde dezembro do ano passado.

 

Papel e Sonae foram as piores do mês. Ibersol, BCP e EDP Renováveis a únicas que escaparam

Ao nível nacional apenas três cotadas conseguiram evitar as quedas no mês de maio: a Ibersol, o BCP e a EDP Renováveis. E em ambos os casos com subidas tímidas. A Ibersol ganhou 2,02%, o banco liderado por Miguel Maya apreciou 0,76% enquanto a EDP Renováveis avançou 0,56%.

 

Do lado oposto esteve o setor do papel, com a Navigator em grande destaque. As ações da ex-Portucel afundaram 18,78%, renovando mínimos de dezembro de 2016. A Semapa perdeu 14,9% e a Altri caiu 13,1%.

 

Outra cotada em grande destaque foi a Sonae Capital, cujos títulos deslizaram 16,87%.

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