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Fecho dos mercados: guerra comercial leva bolsas para maior queda em três anos e juros renovam mínimos

O renovar de tensões comerciais entre os EUA e a China e as novas fricções com o México fizeram os investidores procurar ativos considerados mais seguros, como as obrigações soberanas, o que deixou muitos juros em mínimos históricos. Com os receios de menor procura, o petróleo está a cair fortemente, ao passo que o dólar marca máximos do ano. Já o milho regista a maior subida mensal desde 2015.

EPA
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Os mercados em números

PSI-20 cedeu 0,40% para 5.043,99 pontos

Stoxx 600 recuou 0,81% para 369,06 pontos

S&P 500 cai 1,03% para 2.760,04 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recua 5,3 pontos base para 0,802%

Euro soma 0,10% para 1,1163 dólares.

Petróleo desvaloriza 2,90% para 64,93 dólares por barril em Londres

 

Stoxx600 com maior queda mensal desde janeiro de 2016

O protecionismo da administração americana liderada pelo presidente Donald Trump fez mossa nas bolsas europeias, que registaram quedas acentuadas. O índice de referência Stoxx600 fechou a perder 0,81% para 369,06 pontos, para negociar em mínimos de 15 de fevereiro num dia em que as perdas dos setores automóvel e das matérias-primas pressionaram.

 

O Stoxx600 acumulou uma desvalorização de 1,82% na semana, o pior ciclo semanal desde janeiro de 2016. Já o lisboeta PSI-20 acabou por registar uma das quedas menos expressivas entre as congéneres europeias, tendo fechado a recuar 0,40% para 5.043,99 pontos.

 

Em plena guerra comercial, Trump redirecionou baterias ao México, anunciando que vai agravar gradualmente as tarifas aduaneiras aplicadas aos bens mexicanos até à marca de 25%, isto se as autoridades do país não estancarem o volume de migração ilegal para os EUA.

 

Juros da dívida em novos mínimos históricos

Os juros das dívidas soberanas continuam a cair um pouco por todo o mundo, devido à maior aposta dos investidores neste tipo de ativos, que são considerados mais seguro. Com efeito, com o clima de incerteza, muito à conta das tensões comerciais, os investidores preferem refugiar-se nas obrigações soberanas, o que faz cair as rendibilidades.

Esta sexta-feira, os juros portugueses marcaram um novo mínimo histórico, abaixo de 0,80%. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos alivia 5,3 pontos base para 0,802%, depois de já ter tocado num nível nunca antes visto: os 0,795%.

Na Alemanha, a tendência é igual, também com novos mínimos históricos. Os juros das bunds a 10 anos seguem a descer 2,8 pontos base para 0,205%. Mas não é tudo. Aquilo que há apenas um ano parecia inimaginável já é uma realidade: os juros associados à dívida pública de Itália já são mais elevados do que os da Grécia. No prazo a 5 anos, a taxa de juro exigida no mercado secundário pelos investidores para comparem obrigações italianas sobe 4,6 pontos base para 1,72%, enquanto para adquirirem títulos soberanos gregos recua uns expressivos 12,7 pontos para 1,67%.

Nos EUA, o movimento é também de queda das rendibilidades. A forte aposta nas Obrigações do Tesouro norte-americano com vencimento a 10 anos tem feito descer os juros – e nesta maturidade estão mesmo abaixo da "yield" da dívida a 3 meses. Este efeito foi também observado em março passado, com esta inversão das pontas da curva de rendimentos dos títulos de dívida dos EUA a sinalizar uma possível recessão no país.

 

Dólar em novos máximos do ano com receios das tarifas

A "nota verde" atingiu esta sexta-feira um novo máximo do ano face a um cabaz das principais moedas parceiras, com as ameaças de tarifas aduaneiras adicionais dos EUA sobre produtos mexicanos a juntarem-se à subida de tom das tensões comerciais entre Washington e Pequim e a deixarem os investidores ainda mais nervosos. Resultados: estão todos à procura de valores-refúgio, como as dívidas soberanas e moedas como o dólar, franco suíço e iene.

O índice da Bloomberg para o dólar avança 0,2%, depois de já ter estado a subir 0,4% para o valor mais alto desce dezembro. Na semana está a caminho de uma valorização de 0,7% e no mês segue rumo a um ganho de 0,9% - o que, a confirmar-se, será o maior desde outubro passado.

Apesar deste fortalecimento da moeda norte-americana, face à divisa europeia está a ceder ligeiramente. O euro segue a somar 0,10% para 1,1163 dólares.

 

Petróleo cai com receios de menor procura

As cotações do "ouro negro" seguem em baixa nos principais mercados internacionais, pressionadas pelas tensões comerciais, o que intensifica os receios de uma menor procura por esta matéria-prima. Isto numa altura em que as reservas norte-americanas de crude voltaram a aumentar, o que também pressiona os preços.

O West Texas Intermediate (WTI) para entrega em julho segue a ceder 2,31% para 55,28 dólares por barril. Também o Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – segue no vermelho, com os preços do contrato para entrega em julho a desvalorizarem 2,90% para 64,93 dólares.

 

Milho regista melhor mês desde 2015

O preço do milho continua a escalar e está a caminho do maior ganho mensal desde junho de 2015 no mercado de Chicago, com uma subida de 19%, uma vez que o mau tempo está a afastar os agricultores dos campos.

As chuvas torrenciais no Midwest dos EUA têm mantido o ritmo do cultivo de milho em mínimos históricos para esta altura do ano, segundo os dados do Departamento norte-americano da Agricultura. O mesmo se passa com o trigo e a soja.

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