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PSI-20 nos 5.000 pontos. É para durar?

A bolsa nacional teve o melhor trimestre em dois anos, apoiado na subida de 7,74% em Março. Os especialistas admitem mais ganhos. Mas para isso é necessário que o optimismo nas bolsas globais continue e que os juros da dívida não subam.

03 de Abril de 2017 às 07:00
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O PSI-20 carregou-se de energia na última semana de Março. Teve o melhor mês desde Outubro de 2015. Registou o maior ganho trimestral em dois anos. E superou pela primeira vez em dez meses a fasquia de 5.000 pontos. Conseguirá manter-se acima desse patamar? O sentimento que se vive no mercado é positivo e isso faz com que os analistas admitam mais subidas. Isto caso se mantenham os factores que têm alimentado a confiança dos investidores, não só em Lisboa, mas também a nível global.

A bolsa nacional encerra os primeiros três meses com uma subida de 7,02%, o maior ganho trimestral em dois anos. Em Março avançou 7,74%. E só na última semana valorizou 6,82%, à boleia da OPA da EDP à EDP Renováveis e também dos ganhos do BCP. A eléctrica e a eólica valorizaram 8,77% e 11,54% no mês passado. Já o BCP subiu 30%.

"A subida na cotação do BCP e as notícias em torno do grupo EDP  foram importantes", observa Albino Oliveira. O analista da Patris Investimentos refere ainda "o ambiente positivo em termos de fluxo de notícias em Portugal (recapitalização com sucesso da CGD, momento da economia portuguesa, execução orçamental)".

A ajudar  a bolsa esteve ainda o sector do retalho e imobiliário. "Destacaram-se pela positiva, nomeadamente a Sonae, a Jerónimo Martins e a Sonae Capital, com a manutenção das tendências positivas do consumo e do preço do imobiliário", afirma Nuno Marques, gestor do IMGA Acções Portugal.

E se nas últimas semanas do lado interno existiram factores a impulsionar a bolsa, o sentimento que se vive nos mercados mundiais também é favorável.  Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey iTrade, refere que a "praça nacional beneficia do ‘momentum’ positivo que afecta a generalidade do mercado accionista".

Juros da dívida, BCE e Trump debaixo de olho
As condições até podem ser favoráveis. Mas para que o PSI-20 prossiga a tendência positiva, há vários indicadores a que os especialistas estão atentos. A começar pela evolução das taxas de juro da dívida portuguesa. "Seria importante que fosse observada uma redução no prémio de risco associado ao país", realça Albino Oliveira.

Nuno Mello, gestor da XTB, aponta também a evolução das taxas como um facto importante para o PSI-20. Salienta ainda que "a verificar-se a continuidade da recuperação dos preços das matérias-primas energéticas poderemos esperar que o sector, nomeadamente a Galp, possa continuar a puxar pelo índice nacional" . A bolsa nacional depende ainda da continuação do sentimento positivo nas bolsas mundiais. E para isso acontecer "é necessário que o presidente dos EUA faça a ‘entrega’ fiscal e que na Zona Euro, o BCE mantenha a sua postura interventiva", diz Marisa Cabrita.

E o desempenho abaixo dos pares do PSI-20 no passado até pode, desta vez, jogar a favor das acções nacionais. "Partindo do princípio que continuaremos a observar um acelerar da inflação na Europa e um bom desempenho da execução orçamental em Portugal, tendo em consideração os níveis deprimidos de valorização observados no mercado nacional e a disparidade de retorno num prazo mais alargado entre este e os restantes mercados do Sul da Europa, é possível que apresente um desempenho superior ao observado nos restantes mercados europeus", conclui Nuno Marques. 

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