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PSI-20 afunda mais de 6% e toca em mínimos de 24 anos
A bolsa nacional abriu a negociar em queda, com todas as cotadas a conhecerem desvalorizações acentuadas. O PSI-20 já afundou mais de 6% e tocou em mínimos de janeiro 1996. Lá fora, o resto da Europa acordou em sobressalto depois dos EUA terem cancelado voos e de não terem adiantado dados sobre estímulos para conter o vírus.
O índice português já chegou a cair 6,26% para 3.953 pontos, transacionando abaixo dos 4.000 pontos pela primeira vez desde janeiro de 1996.
A bolsa portuguesa está assim em mínimos de 1996, atingindo níveis mais baixos que durante a crise financeira de 2008 que levou a economia mundial a uma recessão global e da crise das dívidas de 2011, que obrigou o país a pedir assistência externa.
Nas praças europeias a tendência é igualmente de quedas em redor de 5%, mas os índices estão nos níveis mais baixos de 2016.
A sessão europeia está a ser pressionada pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ontem à noite anunciou a suspensão de todas as viagens da Europa para os Estados Unidos, nos próximos trinta dias. O líder da Casa Branca pediu ainda que as pessoas evitem viagens não essenciais e garantiu que em breve serão tomadas "medidas sem precedentes" para alívio financeiro dos trabalhadores que não possam trabalhar devido à doença, mas sem especificar.
Numa conferência de imprensa destinada a divulgar medidas para combater o impacto do coronavírus, o líder da Casa Branca não forneceu detalhes sobre o seu plano económico que os Estados Unidos vão seguir para mitigar os efeitos imediatos do vírus Covid-19, deixando os investidores apreensivos.
Com todas as cotadas a negociar em território negativo, na bolsa nacional destaca-se a queda do BCP, que afunda 6,02% para os 11,71 cêntimos por ação, o que representa um novo mínimo histórico. Ainda assim o BCP desce menos que o índice da banca europeia (o Stoxx Banks afunda 7,14%).
Também a petrolífera Galp derrapa 4,55% para os 8,970 euros por ação, num dia em que os preços da matéria-prima continuam a conhecer pesadas quedas. Hoje, o Brent - negociado em Londres e que serve de referência para Portugal - deprecia 5,06% para os 33,98 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) acompanha a tendência e cai 4,82% para os 31,39 dólares por barril.
Clemens Grafe, economista do Goldman Sachs, disse que os preços do petróleo se iriam manter no patamar dos 30 dólares pelo menos durante os próximos seis meses, antes de começarem a subir de forma gradual até atingirem a barreira dos 60 dólares por barril.
Na praça portuguesa, a EDP cai 3,64 % para os 3,886 euros por ação, as papeleiras Altri e Navigator afundam (-6,07% e 5,96%, respetivamente) e a retalhista Sonae desvaloriza 5,57%.