A Portugal Telecom está a ganhar perto de 4% e lidera os avanços registados na Bolsa de Lisboa, num dia em que a Europa segue uma tendência mista. Enquanto Madrid e Milão seguem em baixa, Paris e Atenas somam terreno.

A pressionar os investidores europeus está a rejeição da AstraZeneca à proposta de compra apresentada pela Pfizer. Por outro lado, nesta segunda-feira, assinala-se também a primeira sessão na Europa após a agência Moody’s ter revisto em alta o rating da dívida de longo prazo da Irlanda de Baa3 para Baa1, o que corresponde a uma subida de dois níveis. A perspectiva é "estável".

Em Lisboa, a bolsa nacional está a subir apesar de os CTT, a Galp Energia e a Altri estarem a descontar os dividendos com que remuneram os investidores. O PSI-20 ganha 0,52% para os 6.933,34 pontos, aproximando-se da fasquia dos 7.000 pontos de que tinha caído na semana passada. O índice de referência de Lisboa tem estado a variar entre ganhos e perdas ao longo da manhã.

A Portugal Telecom, que tem estado sob pressão pelas quedas expressivas da Oi, com que se está a fundir, segue a somar 3,89% para negociar nos 2,805 euros por acção. A concorrente Zon Optimus avança 0,64% e está nos 4,867 euros.

BES e ESFG somam terreno, BCP resvala

A banca é o sector que tem estado a oscilar entre ganhos e perdas e, nesse sentido, a ditar as variações da praça lisboeta. O Banco Espírito Santo está a ganhar 1,1% para 1,011 euros, depois das fortes quedas da semana passada, num momento em que a realização do aumento de capital de 1.045 milhões de euros se aproxima. Tendo em conta que as acções vão ser vendidas a 65 cêntimos cada, um preço inferior ao da actual cotação, aumenta a pressão sobre os títulos negociados em bolsa que tendem a ajustar a esse valor. Além disso, o Espírito Santo e o francês Crédit Agricole vão vender acções ou direitos nesta operação o que irá continuar a colocar pressão vendedora nos títulos, segundo crêem os analistas. Já o Espírito Santo Financial Group está a ganhar 3,16% para 2,61 euros por acção.

O Banco Comercial Português perde 1,40% para os 17,65 cêntimos ao passo que o Banif segue inalterado nos 1,02 cêntimos, também no meio de um aumento de capital que se iniciou na sexta-feira passada, com a venda de títulos a 1 cêntimo. O Banco BPI desliza 0,37% para 1,622 euros.

A puxar pela praça nacional está ainda a Jerónimo Martins, com uma valorização de 1,81% para os 12,93 euros. A Sonae perde 0,57% para 1,231 euros. A energia também dá o impulso positivo, com a EDP a ganhar 0,18% para 2,398 euros e a EDP Renováveis a valorizar-se 1,21% para 4,95 euros.  

CTT e Galp caem com dividendos

Os CTT são a empresa que mais pressiona Lisboa, devido ao facto de estar a distribuir o dividendo de 40 cêntimos pelos seus accionistas. A empresa liderada por Francisco Lacerda está a recuar 2,12% para 7,10 euros. Contudo, retirando os 40 cêntimos que estão a ser distribuídos, a empresa estaria a subir 3,6%.

A Galp Energia, também no dia em que deixa de dar direito à remuneração accionista de 14,4 cêntimos, cede 0,54% para 12,78 euros. Calculando que o dividendo não estaria a ser distribuído, a empresa estaria a valorizar 0,6%.

A Altri também paga um dividendo de 4,2 cêntimos mas, ainda assim, segue a ganhar 1,25% para os 2,261 euros. 

Nota: No dia em que uma cotada passa a negociar em bolsa sem direito ao dividendo, as acções sofrem um ajuste correspondente ao valor da remuneração. Esta descida de valor afecta o comportamento do índice em que a cotada está integrada, pelo que o Negócios noticia a variação real das acções e não a verificada após o ajuste do dividendo.

(Notícia corrigida: alterada cotação da EDP)