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O "homem das tarifas" volta a enervar os mercados. Wall Street cai mais de 2%

As bolsas do outro lado do Atlântico seguem a perder mais de 2%, depois de Donald Trump vir dizer que se não houver acordo comercial com a China, então não se esqueçam que ele é o "homem das tarifas".

Reuters
04 de Dezembro de 2018 às 18:20
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"Iam a Tariff Man". Foi assim que se auto-intitulou o presidente norte-americano, Donald Trump, num tweet publicado há poucas horas. Foi o suficiente para os investidores das bolsas do outro lado do Atlântico perderem o entusiasmo. Até porque amanhã os mercados estão encerrados, no dia de luto nacional pelo falecimento de George H. W. Bush.

 

As tréguas comerciais de três meses entre Washington e Pequim deram ontem bons ganhos a Wall Street, mas hoje estas advertências de Trump vieram mudar o rumo em Wall Street.

 

O Dow Jones segue a cair 2,09% para 25.287,20 pontos e o Standard & Poor’s 500 perde 2,24% para 2.727,86 pontos.

 

Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite recua 2,65% para 7.244,34 pontos.

Os investidores ficaram satisfeitos com o "cessar-fogo comercial" entre os EUA e a China, num acordo que suspende a guerra comercial durante 90 dias. Os líderes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, recorde-se, acordaram no passado sábado – à margem do G20 – tréguas de três meses para que as negociações decorram num contexto mais tranquilo. 

 

Este acordo veio intensificar a expectativa de que os presidentes norte-americano e chinês consigam chegar a um entendimento que ponha termo à aplicação mútua de tarifas aduaneiras adicionais.

 

Mas hoje o sentimento dos investidores mudou, muito à conta do que o chefe da Casa Branca escreveu na sua rede social de eleição, o Twitter. O que veio relançar receios quanto a um acordo comercial entre as duas maiores economias mundiais.

 

"As negociações com a China já começaram. A menos que se decida um prolongamento, terminarão 90 dias após a data do nosso maravilhoso e acolhedor jantar com o presidente Xi na Argentina", começou por escrever Trump.

 

Até aqui, nada que fizesse soar os alarmes. Mas em seguida publicou que a sua equipa irá trabalhar no sentido de ver se é de facto possível um acordo REAL com a China. "Se assim for, esse acordo acontecerá. É suposto a China começar a comprar produtos agrícolas, e mais, de imediato. O presidente Xi e eu queremos que este acordo aconteça, e provavelmente acontecerá", escreveu.

 

E prosseguiu: "Mas se esse acordo não acontecer, lembrem-se…. Sou um Homem de Tarifas. Quando as pessoas ou países tentam aproveitar a grande riqueza da nossa nação, quero que paguem pelo privilégio de o fazerem. Será sempre a melhor maneira de maximizar o nosso poderio económico. Neste momento estamos a arrecadar milhares de milhões de dólares em tarifas. VAMOS TORNAR A AMÉRICA RICA DE NOVO".

A Boeing, a Caterpillar e a Apple são as cotadas que mais estão a pressionar o Dow Jones – com a empresa da maçã a penalizar também fortemente o Nasdaq.

 

No S&P 500, a banca é neste momento o sector com pior desempenho, arrastada sobretudo pelo Bank of America, JPMorgan e Wells Fargo.

 

Recorde-se que amanhã os mercados estarão encerrados nos Estados Unidos, em dia de luto nacional pela morte do 41.º presidente do país, George H. W. Bush, no dia 30 de Novembro.

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