A Nos está nesta altura a valorizar 2,58% para 5,01 euros numa manhã em que chegou a apreciar acima de 3% para 5,035 euros por acção, o valor mais alto atingido pela operadora de telecomunicações desde 18 de Abril.

A cotada liderada por Miguel Almeida reage assim positivamente aos resultados reportados esta quinta-feira já depois do fecho da bolsa. A Nos revelou ter obtido um resultado líquido de 33,8 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, um resultado que representa um aumento de 3% comparativamente com o período homólogo.

Está a ser uma manhã de grande liquidez para os títulos accionistas da Nos, tendo já trocado de mãos acima de 546 mil acções até ao momento, valor que compara com a média diária dos últimos seis meses que se fixa em pouco mais de 621 mil acções. Desde o início de 2018, a cotada acumula uma desvalorização de 8,6% em bolsa.

Além do lucro, também o EBITDA cresceu 3% para 146,7 milhões de euros, enquanto as receitas cresceram 0,7% para 383 milhões de euros, com as de telecomunicações a atingirem 365,7 milhões de euros.

O desempenho das telecomunicações compensou a queda registada pelo sector audiovisual e exibição cinematográfica que recuou 9%. Já os custos tiveram uma queda de 0,7%.

Numa análise de "research" a que o Negócios teve acesso, o CaixaBI classifica os resultados obtidos pela Nos como "neutrais", salientando a melhoria da margem EBITDA relativamente ao último trimestre do ano passado "apesar da performance menos positiva dos segmentos de audiovisuais e cinema".

A casa de investimento da CGD destaca ainda pela negativa "o contributo [de] empresas associadas e joint-ventures que interromperam uma série de seis trimestres consecutivos com ganhos", o que o CaixaBI considera ter ficado a dever-se à "desvalorização que a moeda angolana registou em Janeiro".

Já a unidade de investimento do BPI realça que o capex (investimento operacional) de 88 milhões de euros reportado ficou 7% aquém dos 94 milhões estimados por estes analistas e 4% abaixo da média das estimativas. O BPI antecipa que o ritmo de poupanças geradas pela Nos acelere com a implementação do plano de eficiência, embora recorde que os custos relacionados com a transmissão de futebol tenham um impacto de 10 milhões de euros no segundo semestre de 2018.

Tanto o CaixaBI como o BPI mantêm a recomendação atribuída aos títulos da Nos em "comprar", com a primeira casa de investimento a fixar um preço-alvo de 6,5 euros e a segunda a avaliar as acções da cotada em 5,95 euros.

Assim sendo e tendo em conta a actual cotação de 5,01 euros, o preço-alvo conferido pelo CaixaBI atribui um potencial de valorização aos títulos da Nos de 29,74% e a avaliação feita pelo BPI de 18,76%.