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Nasdaq marca novos recordes à espera de estímulos à economia
As principais bolsas norte-americanas fecharam em alta, sustentadas pela expectativa de que possa estar para breve a aprovação de um novo pacote de estímulos à economia, com o Nasdaq Composite a fixar novos máximos históricos e o S&P 500 muito perto de o fazer também. Só o Dow cedeu ligeiramente na reta final da jornada.
O Dow Jones esteve a negociar em alta durante grande parte da sessão, tendo chegado a tocar nos 30.236,03 pontos, mas perdeu fôlego na reta final e encerrou a deslizar 0,15% para os 30.154.54 pontos. Há uma semana, o índice marcou um máximo de sempre nos 30.319,70 pontos.
Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 avançou hoje 0,18% para 3.701,17 pontos. Na negociação intradiária chegou aos 3.711,27 pontos, muito perto do valor mais alto da sua história (3.712,39 pontos) estabelecido no passado dia 9.
Já o tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,50% para 12.658,19 pontos, o que constituiu um novo recorde de fecho. Durante o dia atingiu um máximo histórico nos 12.687,32 pontos.
A impulsionar os principais índices bolsistas do outro lado do Atlântico esteve a expectativa da potencial aprovação de um novo pacote de estímulos governamentais, se bem que o Dow tenha acabado por ceder terreno nos últimos minutos de negociação.
O presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, chamou hoje a atenção para a demora na aprovação, pelos congressistas, de um novo pacote de estímulos no âmbito da pandemia – algo que tem estado constantemente no radar dos investidores.
Ontem, a líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, convidou os principais líderes do Congresso a fazerem um esforço no sentido de finalizar um acordo para o financiamento federal e também o novo pacote alargado de estímulos – no valor de 908 mil milhões de dólares.
Fed sustenta negociação
A ajudar a que as bolsas negociassem em território positivo esteve também o facto de a Fed ter prometido continuar a canalizar dinheiro para os mercados financeiros de modo a combater a recessão – isto apesar de o banco central ter melhorado as suas estimativas para a economia.
A Reserva Federal anunciou, no final da sua reunião de dois dias, que vai manter o volume de compras de ativos no nível atual de, pelo menos, 120 mil milhões de dólares por mês e melhorou as projeções para o PIB, inflação e desemprego.
O banco central está mais otimista agora do que em setembro, uma vez que prevê que a economia registe uma contração de 2,4% neste ano, o que sugere uma melhoria face à queda de 3,7% prevista anteriormente.
E se as previsões para 2020 são mais otimistas, a recuperação económica que se deverá verificar no próximo ano parece ganhar força, uma vez que o banco central antecipa uma expansão de 4,2% do PIB (produto interno bruto), face aos 4% perspetivados em setembro. Para 2022, a Fed melhora a previsão de crescimento de 3% para 3,2%.
Além do crescimento económico, as novas projeções para o mercado laboral são também mais otimistas. A taxa de desemprego para este ano foi revista em baixa, de 7,6% em setembro para 6,7% na reunião de hoje, enquanto para 2021 o banco prevê agora uma taxa de 5%, contra os 5,5% previstos anteriormente.
A Fed reforçou a ideia de que irá manter o atual programa de compra de ativos nos 120 mil milhões de dólares por mês, até que as metas da inflação sejam atingidas e o emprego no país volte a recuperar.
Além de não mexer no "quantitative easing", Powell manteve ainda as taxas de juro diretoras inalteradas em mínimos históricos, no intervalo entre 0% e 0,25%. No encontro de política monetária de setembro, o banco central sinalizou que as taxas se iriam manter neste patamar nos próximos três anos, para ajudar a economia do país a recuperar.
Jerome Powell voltou entretanto a apelar ao uso da máscara e a manter o distanciamento social. "Isso ajudará a economia", frisou.
Uma vez que a economia norte-americana só começará a sentir os efeitos positivos da vacina contra a covid quando estiver um grande número de pessoas vacinadas, o que deverá demorar meses, o uso da máscara e o distanciamento social serão imprescindíveis para manter as pessoas seguras e limitar a propagação do vírus, mantendo a atividade económica a funcionar, referiu o presidente da Fed.