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Multas das contra-ordenações caem para menos de metade
As contra-ordenações da CMVM resultaram em multas superiores a dois milhões de euros no ano passado, um valor que ficou significativamente aquém das coimas aplicadas um ano antes.
O valor das coimas aplicadas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários no seguimento de contra-ordenações por crimes de mercado recuaram para menos de metade no ano passado. Estes processos resultaram em multas superiores a dois milhões de euros, abaixo dos mais dos cinco milhões decididos em 2014.
O regulador do mercado de capitais nacional instaurou, no último ano, 131 processos de contra-ordenação, tendo proferido uma decisão em 26 destes casos, "nos quais foi deliberada a aplicação de 21 coimas no valor total de 2.045.000 euros", adianta o relatório anual da CMVM. Este valor é, porém, significativamente inferior aos quase cinco milhões de coimas anunciados em 2014, ano que ficou marcado pelo escândalo no grupo BES.
"Nos processos relativos à gestão colectiva de investimentos estava em causa a violação dos deveres relativos à comunicação à CMVM da informação financeira periódica, à administração de fundos de investimento, à avaliação e transacção de imóveis no âmbito da gestão de fundos de investimento imobiliário e à identificação e actuação de forma a evitar situações geradoras de conflitos de interesses", explica o relatório.
Além destas falhas, a CMVM refere ainda casos em que houve violação dos deveres dos intermediários financeiros, outros relacionados com a qualidade e oportunidade de informação, comunicação de participações qualificadas e comunicação de transacções por dirigentes de emitentes. "A CMVM decidiu ainda dois processos relativos a auditores pela violação do dever de elaboração de relatório ou parecer assinado por revisor com a experiência mínima para o exercício da profissão", remata o mesmo relatório.