O "chairman" da Mota-Engil admitiu esta terça-feira, 11 de Novembro, no Porto, que a cotação da participada em África numa bolsa europeia acontecerá até ao final deste ano, ainda que a venda de novas acções, ou seja, a dispersão de capital, "provavelmente" só acontecerá em 2015.

"Há um dividendo extraordinário que foi distribuído no final do ano passado, que distribui aos accionistas da Mota-Engil SGPS 20% do capital da Mota-Engil África. Esse dividendo estava condicionado à cotação numa bolsa europeia e esse processo vai acontecer ainda este ano. A Mota-Engil África ficará cotada numa bolsa europeia. Se há dispersão de capital este ano é que eu já não sei", resumiu António Mota.

A operação de dispersão em bolsa do capital da Mota-Engil África foi suspensa há precisamente quatro meses, na sequência da deterioração das condições dos mercados financeiros, em resultado da crise no BES, e do impacto que daí resultou no sentimento dos investidores. "Foi um azar do caraças!", descreveu esta manhã o empresário, durante a conferência "Empresas na Caixa". 

Embora o presidente executivo da empresa, Gonçalo Moura Martins, já tenha dito que seria "desejável" que a operação de dispersão de capital se concretizasse este ano, António Mota reconheceu que "não [sabe] se haverá condições para fazê-lo este ano". "Depois veremos qual a melhor data para o que estava previsto fazer este ano", sustentou o empresário de Amarante.

Em Junho, a construtora anunciou que iria fazer a tão aguardada oferta pública inicial da sua unidade africana na bolsa de Londres através de uma operação que iria ser feita em duas ofertas, uma preferencial e outra institucional. A expectativa era de que a 16 de Julho a bolsa londrina recebesse a subsidiária da empresa portuguesa em África. Um continente que em 2013 representou para o grupo um volume de negócios de 1.005 milhões de euros.