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Moody’s avisa que pode cortar "rating" do Banif
No dia em que serão entregues as propostas de compra para o banco, a agência de notação financeira afirmou que a actual situação de incerteza, que prejudica as finanças do banco, poderá penalizar a notação financeira.
A Moody’s alertou esta sexta-feira que poderá vir a castigar a classificação de risco que faz do Banif, que já é vista como um investimento especulativo. Apesar da garantia do Banco de Portugal, a notícia da TVI, falando no encerramento do banco, trouxe incertezas para o mercado que, na opinião da agência, podem "colocar em causa a viabilidade do banco".
São vários os "ratings" afectados por esta decisão, nomeadamente dos depósitos (Caa2) e da dívida subordinada (Caa3). Estas duas classificações de risco encontram-se nos últimos níveis em que o investimento em títulos do banco é considerado especulativo (e não é aconselhado pela agência).
"A revisão para corte de ‘rating’ foi desencadeada por recentes desenvolvimentos de mercado e o impacto que estes poderão ter nos já frágeis dados financeiros do Banif", indica o relatório publicado esta sexta-feira, 18 de Dezembro.
Para a Moody’s, a notícia de um canal de televisão português (a TVI), "que questionou a segurança dos depósitos" ao falar no possível encerramento do banco, "tem o potencial para ter impacto na confiança dos clientes e dos investidores com consequências prejudiciais para a posição de liquidez dos bancos". O Económico noticiou que só na segunda-feira houve uma saída de 200 milhões de euros em depósitos. Foram noticiadas várias corridas aos balcões do banco também. A TVI desmentiu a notícia mas o banco quer processá-la judicialmente.
Apesar de saber que o Banco de Portugal veio a público reconhecer que os depósitos do Banif estavam garantidos, a Moody’s acredita que os "fracos fundamentais financeiros" levantam dúvidas sobre a "viabilidade futura" do banco.
Alerta em dia de propostas de compra
O aviso da Moody’s foi feito na sexta-feira, dia em que, até às 20:00, serão entregues eventuais propostas de aquisição pelo banco liderado por Jorge Tomé. Há seis entidades na corrida, num processo que está em curso para o Estado alienar a sua posição de 60,5%, adquirida aquando da injecção estatal de 1,1 mil milhões de euros no final de 2012.
A agência de notação financeira norte-americana quer concluir a revisão do "rating" depois de haver uma avaliação global do actual estado financeiro do Banif e também das "medidas alternativas adoptadas para os desafios actuais".
(Notícia actualizada com mais informações pelas 17h12)