Notícia
Maior corte de sempre no emprego fragiliza Wall Street. Só Nasdaq aguentou
As bolsas do outro lado do Atlântico fecharam a revelar uma tendência mista. Depois da abertura geral em alta, só o tecnológico Nasdaq conseguiu manter-se à tona.
O Dow Jones encerrou a perder 0,91% para 23.664,64 pontos e o Standard & Poor’s 500 recuou 0,70% para 2.848,42 pontos.
Em contrapartida, o tecnológico Nasdaq Composite conseguiu fechar no verde, a somar 0,51% paras 8.854,39 pontos, animado pelo sentimento positivo no setor, nomeadamente com a ajuda dos ganhos da Microsoft, Google e Apple.
Os índices foram, durante parte da sessão, sustentados pela retirada gradual das medidas de "lockdown" em vários estados do país. Contudo, os investidores estão já a antecipar novos dados económicos desanimadores amanhã e na sexta-feira, o que pressionou a tendência, tendo unicamente o tecnológico permanecido em alta.
Os maus dados do mercado laboral têm pesado no sentimento dos investidores. E amanhã prevê-se que o Departamento norte-americano do Trabalho anuncie que na semana passada houve 3 milhões de novos pedidos de subsídio de desemprego.
Se esse número se confirmar, elevará para mais de 33 milhões as solicitações para este apoio desde o início do confinamento nos Estados Unidos – em meados de março.
Na sexta-feira serão revelados os dados totais do mercado laboral no país e ontem Kevin Hassett, economista da Casa Branca, advertiu que a taxa de desemprego poderá ter disparado para 20% em abril – ou seja, atingindo este patamar dois meses mais cedo do que se previa.
Nesta quarta-feira, o relatório nacional de emprego do ADP Research Institute revelou que as empresas norte-americanas do setor privado (excluindo o setor agrícola) cortaram um número recorde de empregos em abril: 20,2 milhões.
Já os economistas inquiridos pela Refinitiv estimam que a economia dos EUA tenha perdido 21,85 milhões de empregos em abril – de longe o maior número de sempre (o governo federal elabora dados mensais desde 1939).