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Inapa já perdeu quase 14 milhões em bolsa. Analistas salientam "novidade" da decisão da CMVM

Os títulos já estiveram a cair mais de 95%, durante as primeiras horas de negociação, para 0,0012 euros. Em termos de capitalização de mercado, a distribuidora de papel já perdeu 13,89 milhões de euros em bolsa. Os analistas acreditam que os investidores estão sobretudo a vender pelas menos-valias e para não terem de ficar a pagar comissões de gestão "ad aeternum".

A atividade da Inapa inclui a comunicação visual, embalagens e a distribuição de papel.
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As ações da Inapa voltaram hoje a negociar, após terem estado seis dias suspensas. Nas primeiras horas de negociação, os títulos chegaram a afundar 95,92% para 0,0012 euros - ou seja, menos de um cêntimo. Entretanto, as ações "aliviaram" para uma quebra de 89,80% para 0,003 euros.

Em termos de capitalização de mercado, a distribuidora de papel já perdeu hoje 13,89 milhões de euros. Desde o início do ano, as ações registam uma perda acumulada de cerca de 90%.

Este movimento acontece depois de ter sido levantada, esta segunda-feira, a suspensão das ações pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na sequência da apresentação da empresa à insolvência, que decorreu no mesmo dia.

O processo foi apresentado no tribunal da comarca de Lisboa Oeste e deverá agora ser atribuído a um juiz, que por sua vez deverá nomear um administrador judicial. 

No mesmo dia em que a distribuidora de papel se apresentou à insolvência, o segundo maior acionista da cotada, a Nova Expressão, enviou uma carta à presidência da assembleia-geral (AG) de titulares do capital social, para que fosse realizada uma reunião magna de acionistas.

Neste encontro, a Nova Expressão queria que fosse debatida a viabilidade económica da empresa e deliberados tanto uma redução como um aumento do capital social. Entretanto, a presidência da AG recusou este pedido.

CMVM impede situação semelhante à do BES

Este "sell-off" está a ser motivado, sobretudo, pela vontade dos investidores de conseguirem ainda tentar evitar uma perda completa do montante investido, já que com a venda das ações ainda conseguem mais tarde declarar menos-valias em sede de IRS. Além disso, aos desfazerem-se dos títulos, os investidores conseguem livrar-se do pagamento "eterno" das taxas de manutenção da custódia destas ações.

"Quando foi a falência do BES e do Banif, a CMVM não chegou a levantar a suspensão das ações, logo os investidores não conseguiram declarar menos-valias destes títulos e continuaram a pagar comissões de manutenção", recorda Pedro Barata, diretor de investimentos da ASK - Advisory Services Kapital. Assim, para Pedro Barata "a CMVM esteve muito bem".

Também César Borja, analista da Borja on Stocks, salienta que esta decisão da CMVM "é uma novidade face aos últimos anos", já que, por norma "neste tipo de casos depois de as ações serem suspensas não voltam a negociar". No entanto, o analista acredita também que este gesto é positivo para que os investidores não paguem comissões de gestão nos bancos e possam declarar menos-valias. 

Por outro lado, Pedro Barata acredita do lado de lá, os compradores destas ações "devem ser sobretudo especuladores" - que ainda acreditam na possibilidade da continuidade da atividade da Inapa - e "fundos abutre".

A esta lista César Borja acrescenta ainda "investidores que detinham posições curtas sobre as ações e que agora estão a comprar para fechar a posição e outros que são atraídos pelos preços baixos dos títulos, independentemente das notícias, além de haver compradores que possivelmente ainda acreditam que a situação da Inapa pode ser revertida. 

(Notícia atualizada às 12:57 horas)

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