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Inapa: Pedido da Nova Expressão para AG foi recusado por faltarem propostas
No mesmo dia em que a Inapa se apresentou à insolvência, a Nova Expressão pediu uma reunião magna de acionistas onde queria que fosse votada uma redução e um aumento de capital para salvar a empresa, entretanto já requeriu que este pedido fosse desconsiderado. O presidente da AG considerou que faltavam "propostas" ao pedido inicial.
A presidência da assembleia-geral (AG) de acionistas da Inapa recusou o requerimento apresentado pela Nova Expressão, o segundo maior acionista da distribuidora de papel, que pedia a convocação de uma reunião magna de titulares do capital social para votar uma redução e posterior aumento de capital, sabe o Negócios.
A presidência da AG não concordou com os termos do pedido, mas para já a Nova Expressão não deverá reformular o pedido, conforme apurou o Negócios. Entretanto, a Inapa enviou um comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) onde especifica de que termos se tratam.
Em concreto, o pedido apresentado pela Nova Expressão "não se encontrava acompanhado das respetivas propostas", refere a Inapa. A nota enviada a CMVM acrescenta ainda que foi solicitada uma "reunião urgente" ao segundo maior acionista, para acrescentar estas propostas, mas que - como o Negócios avançou inicialmente - a Nova Expressão decidiu não fazê-lo.
Além disso, o presidente da mesa da AG recebeu novo requerimento da Nova Expressão "no qual se solicita que se desconsidere o pedido de convocação de uma assembleia geral extraordinária da Inapa IPG".
A Nova Expressão fundamenta a sua decisão no facto de terem surgido novos desenvolvimentos, pelo que "não estão reunidas as condições para a convocação da assembleia geral nos termos que havia projetado", de acordo com as razões citadas neste comunicado.
Em concreto, o segundo maior acionista da Inapa refere-se "às novas informações relativas à efetiva entrega em tribunal do pedido de insolvência, aos fundamentos para o referido pedido relacionados com a prestação de garantias pela sociedade e, mais tarde, ao levantamento da suspensão da negociação das ações" em bolsa.
Esta segunda-feira, o segundo maior acionista da Inapa, a seguir à Parpública, enviou uma carta, ao presidente da AG, onde pedia, antes de mais, que houvesse uma eventual deliberação sobre a viabilidade económica da cotada. Depois, olhando para os potenciais caminhos que conseguissem salvar a distribuidora de papel, propôs duas soluções em bolsa.
Por um lado, queria que fosse debatida e votada a possibilidade de uma redução de capital para cobertura de prejuízos, com a correspondente redução do valor nominal de todas as ações representativas do capital social. Por outro, que fosse discutido o aumento de capital da Inapa por realização de novas entradas em dinheiro, para reforço da cobertura de capital.
Além disso, a Nova Expressão propôs a nomeação de um novo conselho de administração, depois de o "board" liderado por Frederico Lupi ter pedido a demissão.
Esta carta foi enviada esta segunda-feira, 29 de julho, no mesmo dia em que a Inapa se apresentou, oficialmente, à insolvência. O processo foi apresentado no tribunal da comarca de Lisboa Oeste e deverá agora ser atribuido a um juiz, que por sua vez deverá nomear um administrador judicial.
Após ter apresentado o pedido de insolvência, na segunda-feira ao final da noite, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão dos títulos da Inapa, que vigorou durante seis dias.
(Notícia atualizada às 14:33 horas, com o comunicado da Inapa à CMVM onde refere os fundamentos para que o presidente da AG não tenha deferido o pedido da Nova Expressão).