O Executivo vai avançar com a segunda fase de privatização da REN, revelou esta quinta-feira, 17 de Abril, Marques Guedes, ministro da Presidência, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do conselho de ministros.

A venda de 11% do capital da REN será realizada através de uma oferta pública de venda (OPV), que passa pela dispersão do capital em bolsa. Bem como através de venda em mercado institucional, cuja dimensão ainda não está definida, revelou a secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, em conferência de imprensa do conselho de ministros.

Definido está que os trabalhadores terão direito a, até, 5% do capital da REN, com um desconto de 5% do preço.

“As receitas serão utilizadas para amortizar dívida pública”, acrescentou a mesma responsável. “Concluímos assim, definitivamente, a participação no Estado no capital da REN”, adiantou a secretária de Estado. 

A venda de 11% do capital da REN estava já prevista no Orçamento do Estado. No total, o Estado ainda detém 9,9% do capital da empresa através da Parpública e 1,1% através da CGD.

A última vez que o Estado vendeu uma participação na REN foi em 2012, tendo alienado 25% à State Grid e 15% à Oman Oil. 

Esta alienação em bolsa da posição remanescente do Estado tinha sido inscrita no Orçamento do Estado para 2014, sendo que os assessores já foram escolhidos. A unidade de investimento da Caixa Geral de Depósitos, o CaixaBI, e a Perella serão os assessores financeiros, repetindo uma parceria que aconteceu já na privatização da EDP e dos 40% da REN (a montagem destas privatizações chegou a ser alvo de investigações judiciais). O escritório Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados também foi seleccionado para esta privatização, como assessor jurídico.

As acções da REN reagiram de imediato em queda ao anúncio efectuado pelo Governo. Às 15h00 seguiam com uma queda de 1,54% para 2,815 euros, quando antes do anúncio negociavam acima de 2,85 euros.