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Goldman Sachs: Acções europeias vão cair 10% em três meses

O banco de investimento alerta que os investidores estão menos propensos aos activos de maior risco, pelo que os mercados accionistas deverão ser pressionados no curto prazo.

Miguel Baltazar
02 de Agosto de 2016 às 07:00
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O Goldman Sachs reviu em baixa a recomendação de curto prazo para as acções, estimando um desempenho negativo nos dois lados do Atlântico nos próximos três meses.
 

As estimativas do banco apontam para uma queda global de 8,8% nos mercados accionistas, o que corresponde a uma desvalorização de 3% no índice que agrupa as acções asiáticas excepto Japão, de 8,7% na bolsa nipónica, de 9,7% nos Estados Unidos e de 11,3% na Europa.

 

Com base nestas estimativas, o Goldman cortou a recomendação das acções para "underweight" (ponderação na carteira inferior à de outros activos). O banco recomenda "overweight" para a liquidez e para as obrigações de empresas e "neutral" para as obrigações soberanas e para as matérias-primas.

 

"Uma vez que as acções permanecem caras e o crescimento dos resultados é pobre, as acções estão agora na parte superior de um período de lateralização nos mercados", refere a equipa de analistas liderada por Christian Mueller-Glissmann, num "research" citado pela Bloomberg.

 

A recomendação do Goldman é sustentada pelo indicador do banco para medir o apetite pelos activos de risco, que está agora num ponto de viragem, com os investidores a demonstrarem apetite por títulos mais seguros.

 

"O nosso indicador de apetite pelo risco está perto de níveis neutrais e o momento positivo desvaneceu-se, sugerindo que será necessário um cenário macro mais favorável ou uma nova ronda de estímulos para permitir que prossiga o ‘rally’", refere o Goldman, acrescentando contudo que as expectativas actuais do mercado já apontam para uma postura agressiva dos bancos centrais e vai demorar algum tempo até o crescimento mundial acelerar.

 

Apesar do pessimismo para o curto prazo, as estimativas do Goldman Sachs para os próximos 12 meses são menos negativas, sendo a recomendação de "neutral". O banco aponta para que as acções mundiais gerem um retorno de 1,2% no horizonte de 12 meses, com Europa, Ásia e EUA a valorizarem entre 1 e 2%.

 

No acumulado deste ano o Stoxx 600 (principal índice de acções europeu) está a recuar 7% e o S&P500, que mede o desempenho das 500 maiores cotadas norte-americanas, sobe 6% e está a negociar perto de máximos históricos nas últimas sessões.

 

"Até que melhorem as perspectivas macroeconómicas, não estamos positivos nas acções, sobretudo depois do recente ‘rally’ e numa altura em que permanecem os receios sobre a sustentabilidade dos estímulos ao crescimento na China e incerteza política" e eventos inesperados como os que sucederam na Turquia.    

 

No espaço temporal mais longo, o Goldman Sachs continua a recomendar uma maior ponderação ("overweight") das obrigações empresariais na carteira. Já as obrigações soberanas passaram a ter uma recomendação de "underweight". 

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