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Goldman reitera visão positiva para as ações, mas fora dos EUA
O gigante de Wall Street mantém uma visão global positiva para os mercados. As ações e as matérias-primas surgem nas áreas que recolhem a preferência dos especialistas.
O Goldman Sachs mantém uma visão positiva para os mercados. Apesar da disseminação da variante Delta da covid-19, o gigante de Wall Street prevê que a economia global cresça 6,6% este ano e 4,8% no próximo, um ambiente que deverá manter-se favorável ao investimento em ações, mas fora dos Estados Unidos.
"As nossas estimativas para o crescimento do PIB global de 6,6% em 2021 e 4,8% em 2022 continua otimista em termos absolutos", escreve o Goldman Sachs, numa análise publicada esta quarta-feira, a que o Negócios teve acesso. Apesar do otimismo, o banco norte-americano nota que, nos últimos dias, os fundamentais em torno do crescimento tornaram-se mais mistos.
Pela positiva, o especialista Jan Hatzius destaca fatores como a recuperação do mercado laboral nos Estados Unidos, que está a acelerar, os indicadores PMI na Europa em novos máximos e a campanha de vacinação a nível global, que determinou a quebra do número de mortes associadas à covid-19 e uma descida do número de novos contágios.
Já no lado negativo, o Goldman sublinha a descida da procura nos EUA, após a subida nos meses de março e abril, bem como as falhas no setor dos bens que está a ter um impacto negativo na produção e, mais recentemente, a variante Delta que está a travar os progressos alcançados com as vacinas.
Pacote de estímulos vs agenda fiscal
Em relação aos Estados Unidos, os especialistas do Goldman Sachs antecipam "uma desaceleração considerável quando a reabertura for concluída e o impulso fiscal se tornar negativo". Isto porque, apesar do aumento dos estímulos de três biliões de dólares em 10 anos, estes apoios vão ser parcialmente compensados pelo aumento de impostos, na medida em que o Goldman Sachs prevê que o presidente Joe Biden consiga passar a maioria das suas propostas de impostos.
"A provável desaceleração do crescimento devido a um impulso fiscal negativo continua a ser um importante motivo pelo qual discordamos da visão de que o estímulo de 2021 vai aquecer a economia e manter a inflação acima da meta de forma sustentada", escreve o banco.
Já em relação à política monetária, os esapecialistas acreditam que a Reserva Federal dos Estados Unidos apenas deverão dar indicações em relação a uma retirada de estímulos no encontro de dezembro.
Apesar da Fed ter apontado duas subidas de juros já em 2023, o Goldman Sachs diz que "a probabilidade da primeira subida de juros ser antes de 2024 está apenas modestamente acima de 50%".
Ações e matérias-primas lideram preferência
Perante este ambiente, o Goldman Sachs reitera a sua visão otimista para os mercados, ainda que identifique alguns riscos ao seu "Outlook", como restrições mais apertadas devido à covid ou uma inflação mais persistente.
O Goldman Sachs continua a apresentar uma visão positiva para as ações, contudo idêntica "melhores oportunidades fora dos Estados Unidos, especialmente nos mercados emergentes".
Já no que diz respeito às "commodities", o gigante de Wall Street continua otimista, "não apenas por razões estruturais, mas mais importante devido ao longo período de subinvestimento desde a crise de 2008".
Para o crédito, a recomendação é no sentido de privilegiar a qualidade, argumentando que "as avaliações – especialmente nas partes com maior risco no mercado – estão agora demasiado elevadas.