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Galp e banca levam bolsa nacional a fechar em terreno negativo

O índice bolsista português fechou esta terça-feira em terreno negativo, pressionado pelo desconto do dividendo da Mota-Engil e da Zon, e pela Galp e banca. Esta é a tendência para a maioria dos restantes índices da Europa.

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21 de Maio de 2013 às 16:58
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O PSI-20 caiu 0,31% para 6.050,42 pontos, com seis cotadas em alta, 13 em queda e uma inalterada. Esta é uma tendência na maioria dos índices na Europa, com a Galp e a banca a serem as principais cotadas que pressionam o índice português. A Mota-Engil e a Zon também fecharam em queda, fruto da entrada em ex-dividendo.

 

A Galp Energia caiu 1% para 12,41 euros, depois de informar que abandonou a exploração de um poço petrolífero na Namíbia. “A Galp Energia anuncia que o poço de exploração Wingat-1 na licença de exploração petrolífera (PEL) 23 na bacia de Walvis, no offshore da Namíbia, foi concluído e os resultados indicaram a presença de petróleo, embora em volume não comercial”. A empresa adiantou que “o poço está a ser fechado e será abandonado”.

 

À primeira vista os analistas do BES e do BPI parecem discordar quanto à notícia divulgada esta manhã pela Galp Energia. O BES Investimento (BESI) diz que o resultado da prospecção que demonstrou a existência de petróleo e rochas ricas em carbono orgânico na janela de geração petrolífera é “positivo”. Já o BPI Equity Research atribui um impacto “neutral a negativo” à notícia de que o poço perfurado pela Galp não tem viabilidade comercial. 

 

Ainda assim, os analistas das duas casas de investimento dizem que o facto de a prospecção no poço Wingat ter apurado que este não tem viabilidade comercial não afecta o potencial dos outros dois projectos de exploração que o consórcio integrado pela Galp vai explorar ainda este ano, conforme explica o BPI.

 

Também a EDP e Portugal Telecom pressionaram a bolsa nacional com uma queda de 0,32% e 0,48% para 2,466 euros e 3,55 euros, respectivamente. No caso da PT, os analistas que cobrem a avaliação da operadora liderada por Zeinal Bava antecipam que os resultados do primeiro trimestre do ano vão reflectir um período “difícil”, com o corte das terminações e vários factores não recorrentes a penalizarem os resultados.

 

É expectável que as receitas e resultado operacional da PT caiam 10% no primeiro trimestre, e os lucros mais de 50%.

 

Na banca, o BES recuou 0,86% para 0,803 euros, o BCP deslizou 0,94% para 0,105 euros, e o BPI perdeu 0,91% para 1,089 euros.

 

A queda do índice português foi determinada também pelo ajuste das acções da Mota-Engil e da Zon, que negociaram a partir de hoje sem direito ao dividendo. A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins recuou 1,35% para 2,116 euros, sendo que está a descontar o dividendo de 11 cêntimos. A empresa liderada por Rodrigo Costa também descontou o dividendo de 12 cêntimos, e recuou 2,22% para 3,385 euros.

 

Somando o dividendo de ambas as empresas à cotação de hoje, a Mota Engil e a Zon fecharam em terreno positivo.

 

Sem o impacto da distribuição de dividendos por parte das cotadas nacionais, a bolsa de Lisboa apresentaria um retorno de mais de 10% este ano.

 

A impedir uma maior queda do PSI-20 estiveram a EDP Renováveis e a Portucel, que hoje apreciaram 3,63% e 1,73% para 4,197 euros e 2,70 euros, respectivamente.

 

No sector do retalho, a Jerónimo Martins recuou 0,18% para 17,09 euros, e a Sonae apreciou 0,9% para 0,783 euros

 

Nota: No dia em que uma cotada passa a negociar em bolsa sem direito ao dividendo, as acções sofrem um ajuste correspondente ao valor da remuneração. Esta descida de valor afecta o comportamento do índice em que a cotada está integrada, pelo que o Negócios noticia a variação real das acções e não a verificada após o ajuste do dividendo. Serve esta nota para esclarecer os leitores do Negócios, que têm levantado diversas dúvidas sobre esta matéria.


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