Notícia
Dona de sete bolsas, gestora da bolsa de Lisboa aposta na consolidação para ganhar escala
A dona da bolsa de Lisboa quer continuar a crescer através de aquisições, apostando na compra de empresas que lhe permitam diversificar as fontes de receita e aumentar a liquidez.
A Euronext, que atualmente controla sete bolsas na Europa, é perentória: a consolidação não acabou e vai continuar a ser a estratégia privilegiada para reforçar a posição do grupo enquanto estrutura de mercado líder na Europa.
A gestora de bolsas, que agrega a bolsa portuguesa, reiterou esta manhã numa apresentação a investidores, no Palácio Mezzanotte, a sede da recém- adquirida bolsa de Milão, que está focada em continuar a crescer via aquisições, que criem valor para o grupo.
"Ganhar escala é uma oportunidade para o futuro. Quando realizados o IPO em 2014 estávamos sozinhos na Europa. Isso mudou", explicou Stéphane Boujnah, CEO do Grupo Euronext. "Tudo o que temos hoje tivemos que lutar por isso", acrescentou, explicando a relevância das operações de aquisição realizadas pela empresa nos últimos anos, que permitiram à Euronext tornar-se líder no mercado europeu.
Atualmente a Euronext é responsável pela gestão das bolsas de Amesterdão, Bruxelas, Lisboa, Dublin, Oslo, Paris e agora Milão, desde que o negócio foi concluído em abril deste ano, além de controlar quatro mercados de custódia e liquidação de títulos – central securities depository (CSD) – e uma "clearing house". E a expectativa é que o grupo continue a crescer e a diversificar negócios através da compra de novas empresas.
"A consolidação não está terminada. Liquidez atrai liquidez", garantiu Giorgio Modica, o CFO da Euronext, realçando que os movimentos de consolidação contribuíram para tornar a Euronext no que é hoje, um operador de mercados líder na Europa.
Referindo-se à recente aquisição da bolsa de Milão, Giorgio Modica explicou que esta compra vai transformar o grupo Euronext, permitindo ao grupo combinar uma capitalização bolsista de 6,5 biliões de euros, com 1.900 cotadas, tornando-se o terceiro maior mercado CSD na Europa.
E como em equipa que ganha não se mexe, a estratégia de jogo para os próximos três anos vai manter-se inalterada. Mais do que comprar apenas bolsas, o grupo prevê continuar a diversificar a sua presença noutras áreas de negócios, nomeadamente na prestação de serviços. Uma forma de diversificar receitas e reduzir a dependência do "trade" tradicional.
Reforçar a oferta de novos serviços, assim como apostar na digitalização, na oferta de produtos ESG e em produtos que garantem exposição a criptoativos são outras das prioridades no plano estratégico da Euronext para os próximos três anos.
*A jornalista viajou a Milão a convite da Euronext