Notícia
Disney dispara com serviço de streaming e leva Dow a novos máximos
As bolsas norte-americanas encerraram em alta ligeira, depois de o Dow Jones ter chegado a um novo recorde durante a sessão. A exceção foi o Nasdaq, com o setor tecnológico a sofrer com a incerteza em torno do acordo comercial EUA-China.
O Dow Jones fechou a somar 0,33% para 27.783,59 pontos, depois de ter atingido durante a sessão um máximo histórico nos 27.806,40 pontos.
Já o S&P 500 avançou 0,07% para 3.094,04 pontos. Na sessão de ontem marcou um máximo de sempre, nos 3.102,61 pontos.
A exceção às subidas foi o tecnológico Nasdaq Composite, que cedeu marginalmente, ao recuar 0,05% para 8.482,10 pontos. Ontem estabeleceu um novo recorde na negociação intradiária, ao tocar nos 8.514,84 pontos.
Os investidores continuam a revelar prudência, enquanto esperam por mais sinais sobre a possibilidade de os EUA e a China assinaram um acordo comercial parcial.
Ontem, o presidente norte-americano, Donald Trump, declarou que o referido acordo de "fase um" poderá estar para breve, mas não está fechado. Em seguida ameaçou proceder a substanciais agravamentos das taxas aduaneiras sobre os produtos chineses se esse acordo parcial não for assinado, o que levou as principais bolsas do outro lado do Atlântico a cederem nos ganhos.
O chefe da Casa Branca acrescentou ainda que a China "enganou" os anteriores presidentes americanos, mas que não o fará com ele.
A guerra comercial, sublinhava hoje o The Wall Street Journal, debate-se neste momento entre duas possibilidades para os EUA, em caso de acordo provisório: eliminar todas as tarifas impostas aos produtos chineses ou cancelar apenas as que é suposto entrarem em vigor a 15 de dezembro.
Por outro lado, começaram hoje as audições públicas para a destituição de Trump. O processo de impeachment de Trump entrou assim numa nova fase, com a Comissão do Congresso a abrir as portas para as primeiras audições públicas sobre a relação do presidente norte-americano com a Ucrânia. Mas mesmo que Trump seja acusado pelo Congresso, não é automática a sua destituição, que só valerá com votos do Senado, que é maioritariamente republicano.
A oposição democrata está a tentar determinar se o presidente republicano abusou do seu poder por razões pessoais quando pediu à Ucrânia que investigasse o seu rival democrata na corrida à Casa Branca Joe Biden.
Os investidores também estiveram na expectativa, nesta sessão, à espera de uma decisão dos EUA para a aplicação de uma tarifa aduaneira de até 25% sobre a importação de carros e componentes automóveis oriundos da União Europeia ou um novo adiamento dessa imposição por mais seis meses.
Os mercados esperam também pelo discurso de amanhã do presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, perante a Comissão do Orçamento da Câmara dos Representantes – onde vai falar sobre as perpectivas económicas do país. Powell é o primeiro presidente da Fed a comparecer perante esta comissão desde 2012.
Esta quarta-feira, Powell falou sobre política monetária, no Congresso, tendo dito que não prevê que as taxas de juro dos EUA sejam alteradas nos próximos tempos, o que valorizou o dólar face às principais divisas mundiais.
Em destaque pela positiva, na sessão bolsista de hoje, esteve a Walt Disney, que ganhou mais de 7%, a capitalizar o arranque do seu serviço de streaming Disney+. A empresa disse que, 24 horas depois do lançamento da Disney+, já conta com 10 milhões de subscritores.
Pela negativa sobressaiu o setor tecnológico, que é especialmente sensível à guerra comercial pelo facto de ter na China uma grande fonte das suas receitas. Daí que o Nasdaq não tenha conseguido fechar à tona.
Isto num dia em que correu a informação de que as compras de produtos agrícolas norte-americanos pela China voltou a ser um dos pontos de fricção nas negociações entre Washington e Pequim.
Trump disse recentemente que a China concordou em comprar o equivalente a 50 mil milhões de dólares anuais de soja, carne de porco e outros produtos agrícolas. Mas a China está hesitante em colocar um compromisso numérico no texto de um potencial acordo, segundo o The Wall Street Journal, citando fontes próximas das negociações.