Os CTT deixaram cair o compromisso de entregarem praticamente todos os resultados obtidos aos investidores. O que estava definido, até agora, era que 90% dos lucros seria distribuído, mas a empresa liderada por Francisco Lacerda revela que daqui em diante passa a ter como objectivo o "crescimento estável e sustentado" dos dividendos. Ou seja, pode não entregar tanto dinheiro aos accionistas.

De acordo com o comunicado enviado à CMVM, os CTT vão pagar um dividendo de 46,5 cêntimos por acção, com base nos resultados obtidos no ano passado. Um aumento de 16,3% face ao anterior, explicado por um ganho não recorrente registado em 2014. No total, são 90% dos resultados líquidos obtidos, no valor de 77,2 milhões de euros, uma percentagem que já estava definida. Mas, agora, isso vai mudar.

"Para os exercícios de 2015 e subsequentes, o Conselho de Administração, tendo em conta os interesses da Empresa e os interesses de longo prazo dos accionistas dos CTT, deliberou alterar a política de dividendos, passando a ter como objectivo um crescimento estável e sustentado dos dividendos a distribuir pela empresa (ao invés de um ‘payout’ mínimo de 90% do lucro distribuível apurado no exercício)", dizem os CTT.

Abandona a meta dos 90% dos lucros, mas sublinha que a "política de dividendos dos CTT procurará, em função da situação de empresa e do contexto envolvente, conciliar os objectivos de remuneração do accionista com o desenvolvimento sustentado da actividade da sociedade", refere o comunicado enviado à CMVM.